O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou, às 11h05, o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Foram cerca de 2 horas de cerimônia, concluídas com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Não foram registrados incidentes e o evento transcorreu em clima de tranquilidade. Após o desfile, Lula embarcou às 14 horas (de Brasília) para a Índia, onde participará de reunião do G20. Ele deve voltar ao Brasil na segunda-feira (11).
O presidente assistiu à passagem de tropas sentado ao lado da primeira-dama, que usava trajes vermelhos na cerimônia, e do vice-presidente, Geraldo Alckmin. Marina Silva (Meio Ambiente), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom), Margareth Menezes (Cultura), Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades), Juscelino Filho (Comunicações) e Simone Tebet (Planejamento) eram os ministros que estavam mais próximos.
Lula, Janja, Alckmin (e sua mulher, Lu) e Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, estavam na primeira fila de cadeiras, onde também sentaram os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom) e José Múcio Monteiro (Defesa). A única fala pública do presidente foi cerimonial. “Autorização concedida”, disse ele ao microfone quando o comandante do desfile, de um veículo de guerra blindado, perguntou se a celebração poderia começar.
O ministro Márcio França, que está sendo realocado de Portos e Aeroportos para Micro e Pequenas Empresas contra sua vontade, manteve distância de Lula. Já Luciana Santos, que conseguiu se manter no Ministério de Ciência e Tecnologia, aproximou-se de Lula com a cerimônia em andamento.
Também compareceram os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em Alagoas, não esteve no desfile. Não compareceram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Carlos Lupi (Previdência) e Mauro Vieira (Relações Internacionais). Demitida do Ministério do Esporte, Ana Moser também não foi ao evento.
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A cerimônia foi pensada para transmitir uma mensagem de união. No último governo, Jair Bolsonaro costumava usar o Dia da Independência para tensionar o ambiente político. Sem esta animosidade, o desfile de 7 de Setembro ocorreu sem incidentes, sob aplausos do público e com clima amigável, sem protestos ou vaias da oposição ao governo.
Ao contrário dos anos do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que houve cartazes pedindo intervenção militar e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o público das arquibancadas ostentava apenas bandeiras do Brasil. As camisetas de cores verde e amarela não foram predominantes, mas apareceram em maior número do que as vermelhas.
A entrada às arquibancadas foi restrita a 30 mil pessoas. Quem chegou após a capacidade ser atingida precisou ficar do lado de fora, acompanhando o desfile por telões. Houve registro de frustração de quem não conseguiu acesso.
Segurança e QR Code
Para acompanhar de perto o desfile cívico-militar do Dia da Independência, a população teve de se cadastrar previamente na internet e levar o QR Code gerado nesse processo para ser conferido pelo governo. Segundo os servidores que gerenciaram a entrada do público, a prática foi adotada para que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) pudesse fazer uma análise do perfil das pessoas que desejavam prestigiar o evento.
Por conta do QR Code, muitos tiveram de ficar do lado de fora aguardando liberação, já que não foi possível fazer a solicitação nesta quinta-feira, 7. Os últimos textos de divulgação publicados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) sobre a organização do 7 de Setembro não informavam sobre a necessidade de efetuar cadastro prévio para acessar as arquibancadas, onde é possível assistir o evento de perto.
Após apresentar o código virtual, as pessoas que compareceram ao evento ainda tiveram que passar por detectores de metais, além de serem submetidas a revista nas mochilas e bolsas. Quem entrou com garrafa de água, por exemplo, teve que a descartar no chão. Nas vias de acesso à Esplanada, a Polícia Militar do Distrito Federal também fez revistas. A organização distribuiu bonés com logo do Banco do Brasil e do governo federal, além de bandeiras com o slogan “Democracia, Soberania e União”.
No ano passado, quando foi comemorado o Bicentenário da Independência naquele que foi o último desfile sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quem quis acompanhar a cerimônia precisou passar apenas pelas barreiras policiais.
Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o Palácio do Planalto emitiu a ordem para que todos os Ministérios do governo mobilizassem seus servidores para comparecer ao desfile. Integrantes do governo queriam evitar vaias e garantir aplausos durante a sua passagem em carro aberto, mas o que aconteceu, na prática, foram poucos aplausos durante a passagem de Lula. As vaias foram ainda menores. Boa parte do público das arquibancadas não reagiu à presença do presidente.