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Lula Mattos: Homem com H, uma cinebiografia que traduz a essência de um artista único

Esmir Filho, que assina a direção e o roteiro, não guarda segredos nem esconde nada da trajetória de Ney Matogrosso

Difícil sair da sessão do filme Homem com H e seguir a “vida normal”, após deparar-se com tanta verdade, emoção e a dor de conhecer de perto o desafio contagiante de viver o mundo de Ney Matogrosso.

Cinebiografias (biopic), como é o caso desse filme, têm melhores resultados quando é feito um recorte no tempo de vida do biografado. Porém, em 2h10 de projeção o filme nos  leva ao delírio, contando toda a trajetória de Ney de Souza Pereira.

Acompanhamos como a personalidade do artista foi aos poucos sendo moldada, desde sua infância dramática, subjugado a um pai violento, militar preconceituoso e reacionário, passando por seu alistamento na Aeronáutica; depois, a temporada como enfermeiro em Brasília, a estadia em São Paulo até, finalmente, se estabelecer no Rio de Janeiro.

Durante essa jornada, antes de se revelar o cantor que conhecemos, Ney não sabia exatamente qual caminho seguir. Porém, uma certeza o acompanhava – a de que verdadeiramente era um artista. 

Pensava em ser ator, cantou em corais, trabalhou com artesanato – já ali mostrava a veia criativa para imaginar figurinos, que viriam a ser sua marca inconfundível – até descobrir, por músicos profissionais e amigos, que era dono de uma voz rara, única.

Esmir Filho, que assina a direção e o roteiro, não guarda segredos nem esconde nada da trajetória do artista, como que pretendendo mostrar que, embora satisfaça a curiosidade que sempre nos despertou a figura revolucionária de Ney Matogrosso, ao escancarar a vida e a intimidade do cantor, seu mistério e encanto conserva-se por inteiro, intocável, como sempre foi. 

Em cena, o ator Jesuíta Barbosa encarna verdadeiramente a pessoa de Ney Matogrosso, a ponto de, em algumas tomadas em P&B, nos deixar em dúvida se o que assistimos são cenas fictícias ou antigas apresentações do artista. 

 

 
 
 
 
 
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Os demais atores do elenco estão perfeitos em suas performances. Destaque para Julio Reis, como Cazuza, e para o ator Bruno Montaleone, como Marco de Maria.

O trabalho da direção é incrível, e a câmera explora com astúcia e muita habilidade ângulos, reações, jeitos e trejeitos dos personagens, utilizando-se de uma linguagem visual que nos transmite arte, desejo e paixão.

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Edição 42

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