Lula Mattos Sempre que o mês de dezembro se aproxima, as listas de filmes com temáticas natalinas começam a pipocar nas conversas de bar, na mídia e em redes sociais. Com certeza você já deve ter se deparado com a seguinte questão: será que o filme Duro de Matar pode ser classificado como um “filme de Natal”?
Existem teses e argumentações aos montes, com acalorados debates entre cinéfilos, que consideram que Duro de Matar é sim, um genuíno filme de Natal. Outros grupos, porém, se negam peremptoriamente a ver qualquer espírito natalino no filme, senão como se explica tanta pancadaria, tiros e explosões do início ao fim?
Essa é uma discussão que não se esgota. Particularmente, guardo esse filme entre aqueles da minha lista de Natal.
Em Duro de Matar o policial de Nova York John MacClane está em Los Angeles para passar o Natal com sua esposa e os filhos. O casal se encontra em processo de separação. Holly, a esposa, aceitou um alto cargo numa grande empresa de Los Angeles, e para lá se mudou levando as crianças, enquanto John permaneceu em Nova York.
MacClane acompanha sua esposa em um evento de confraternização de fim-de-ano dessa nova empresa em que ela foi admitida recentemente. Porém, de repente, para a surpresa de todos, essa festa é invadida por um grupo de homens fortemente armados. O policial McClane não demora a perceber que ninguém pode tirá-los daquela encrenca, a não ser ele próprio.
Além das qualidades incontestáveis do roteiro enxuto e bem executado, das cenas de ação de tirar o fôlego e da direção firme na condução dessa trama eletrizante, Duro de Matar acertou em cheio na escalação de Bruce Willis.
O ator criou um personagem tão marcante e icônico que, a partir dali, o filme se tornaria uma franquia de absoluto sucesso.
O policial John MacClane, que Bruce Willis interpreta, é aquele típico machão-brucutu que não consegue esconder a fragilidade de seus sentimentos. A identificação imediata do espectador com esse personagem forte, tenaz e invencível que, ao mesmo tempo, se revela inseguro e, sim, medroso em algumas situações, pode ser uma das chaves de tanto sucesso da sequência de filmes.
Eu indico.
Lula Mattos é arquiteta, mas sua paixão sempre foi o cinema. Possui formação em Crítica de Cinema e também fez cursos na área com Alberto Renault e Humberto Silva. É admiradora do chamado “cinema de autor”, mas faz sugestões e produz conteúdo que abrange todos os gêneros, sempre inserindo um olhar pessoal em suas críticas e resenhas
