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Lula e Bolsonaro iniciam xadrez de apoios no 2º turno

Presidente recebe apoio de governadores eleitos, petista aposta na conquista de eleitores de adversários derrotados no primeiro turno

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Após a **ressaca eleitoral** da última segunda-feira (3), primeiro dia depois das apurações das urnas, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) iniciaram suas movimentações em busca de apoio para o **segundo turno das eleições presidenciais**, marcadas para 30 de outubro. No último domingo, Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%).

Ambos conquistaram declarações importantes nesta terça-feira (4). Derrotado em Minas Gerais, Estado-chave em todas as eleições para presidente, Bolsonaro recebeu apoio do governador reeleito **Romeu Zema (Novo)**. Os dois se reuniram durante a manhã no Palácio da Alvorada, em Brasília.

![Romeu Zema se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro: reunião em Brasília selou aliança](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/bolsozema_250b0758d8.jpg)

“_Não poderia deixar, nesse momento, de estar aqui colocando nossas divergências de lado. Eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergimos e em outras não, mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário_”, disse **Zema**.

No primeiro turno das eleições, Lula obteve 48,29% dos votos válidos em Minas Gerais. Bolsonaro ficou com 43,6% de preferência do eleitorado. **Mais uma vez, o Estado refletiu a votação nacional**, o que faz com que o eleitor mineiro seja a maior obsessão da campanha do presidente.

De acordo com Bolsonaro, ele pretende ir, ao menos, três vezes a **Minas Gerais**, em agendas de campanha. Uma delas já está confirmada: um encontro religioso no próximo dia 12.

“_Esse apoio do governador Zema é muito bem-vindo. É o segundo Estado que tem o maior colégio eleitoral do Brasil e é decisivo, só quem ganha lá, diz a tradição, pode realmente chegar à Presidência da República, então, há esse interesse meu (pelo apoio)_”, disse **Bolsonaro**. “_O Zema goza de grande credibilidade dado a administração que ele fez e esse apoio é decisivo. Em Minas Gerais vamos ter uma boa diferença para o adversário_”, completou.

Para o segundo turno, Bolsonaro já conversou com **outros governadores reeleitos** em busca de apoio, como Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, Ronaldo Caiado, de Goiás, Ibaneis Rocha, do DF, e Ratinho Júnior, do Paraná.

Um apoio em especial chamou a atenção. **Sérgio Moro (União Brasil)**, ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro declarou que apoiará o atual presidente no dia 30. Eleito senador pelo Paraná, Moro rompeu relações com Bolsonaro em 2020 em meio a uma série de acusações de interferência do presidente em investigações que envolviam sua família. Agora, voltam a ficar no mesmo palanque.

“_Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro_”, publicou Moro em sua conta no **Twitter**.

Do outro lado, o **ex-presidente Lula** aposta na conquista do eleitorado dos presidenciáveis derrotados no primeiro turno, com foco em **Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB)**.

Diferentemente de 2018, quando não declarou apoio a ninguém no segundo turno, Ciro Gomes anunciou que seguirá a recomendação de seu partido e fará um **voto de confiança** em Lula, ex-aliado político e atual desafeto.

**Veja o vídeo postado por Ciro Gomes nas redes sociais:**

Ciro teve 3,5 milhões de votos em uma campanha em que tentou atacar a candidatura de Lula ao mesmo tempo em que acenava para eleitores moderados de direita. **Não funcionou**. Em relação à sua votação em 2018, **Ciro perdeu cerca de 10 milhões de votos** e ficou em quarto lugar, atrás da senadora Simone Tebet.

A decisão da Executiva do PDT foi **unânime** em direção ao apoio a Lula. A reunião contou as participações de presidentes estaduais, presidentes de movimentos, deputados federais e senadores. “_Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã_”, afirmou o **presidente do PDT, Carlos Lupi**. “_Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas_”, completou.

O **Cidadania** também oficializou apoio ao PT no segundo turno. Em uma reunião da Executiva do partido, apenas três integrantes foram contra o apoio e propuseram neutralidade. “_Unanimidade contra Bolsonaro_”, declarou **Roberto Freire, presidente da legenda**.

O partido estava com Simone Tebet no primeiro turno, o que mostra uma tendência para que o PSDB, partido que forma federação com o Cidadania, e uma ala do MDB liderada pela senadora apoiem Lula no segundo turno, mesmo que de forma “_crítica_”. **A campanha petista já conta com o alinhamento de Tebet e 12 diretórios estaduais**. A senadora teve 4,9 milhões de votos (4,2%) e foi a terceira colocada.

![Simone Tebet foi a grande novidade destas eleições: capital político desejado no segundo turno](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/tebet1_9f3168586e.jpg)

Logo após a divulgação do resultado das urnas, no domingo, **Tebet foi rápida em dizer que se posicionaria** no segundo turno. “_Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Eu só espero que você entendam que esse não é qualquer momento do Brasil_”, afirmou.

**Desidratado nas urnas, o PSDB deve liberar seus integrantes** para apoiarem seus candidatos de preferência.