O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender nesta segunda-feira (11) a soberania nacional diante de um cenário internacional que classificou como “perverso e nervoso”. A fala ocorreu em meio à tensão global com os Estados Unidos, que impuseram tarifas elevadas sobre produtos brasileiros.
“Este País está precisando de todos nós, porque o mundo está ficando mais perverso. O mundo está ficando mais nervoso, e nós precisamos de um País soberano, democrático, e que o povo brasileiro seja o único dono deste País”, defendeu o presidente durante o evento.
A declaração ocorreu durante agenda do chefe do Executivo, no Palácio do Planalto, voltada para a entrega de prêmios na área da educação. Ainda nesta tarde, Lula deve se reunir com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destinada a deliberar sobre o pacote de medidas de apoio a setores afetados pelas tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Plano de contingência
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a medida provisória do plano de contingência para socorrer empresas brasileiras afetadas pelo tarifaço inclui a preservação de empregos, mas com flexibilizações para casos em que o impacto seja muito severo.
Haddad — que teve reunião com o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, cancelada — explica que a MP busca adaptar os instrumentos para as diferentes situações enfrentadas por cada empresa, levando em conta que setores semelhantes podem ter realidades distintas.
Segundo o ministro, o objetivo é oferecer instrumentos modernos e acessíveis para todas as empresas com potencial exportador, enfrentando gargalos antigos no crédito e seguro para exportação.
Sobre o impacto econômico, Haddad afirmou que o tarifaço dos EUA deve ter efeito deflacionário no Brasil, conforme também indicam as projeções do mercado financeiro. Ele reforçou que o governo trabalha para atingir as metas fiscais sem comprometer a economia, preservando emprego e renda.