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Lula critica intervenção dos EUA perto da Venezuela e defende soberania amazônica

País monitora o deslocamento de navios norte-americanos para costa venezuelana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (22) que países ricos usam a luta contra o desmatamento como “justificativa para medidas protecionistas” e o combate ao crime organizado como “pretexto para violar a soberania” de nações menos desenvolvidas. As declarações foram feitas durante a Cúpula dos Países Amazônicos, em Bogotá, capital da Colômbia, com a presença de representantes da sociedade civil.

“Há muito tempo que os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos servem. Utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo. Usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania”, disse Lula.

O presidente também fez críticas ao governo dos Estados Unidos. Antes do encontro, Trump enviou navios de guerra para uma área de águas internacionais no Caribe, próxima à Venezuela, alegando enfrentar ameaças de cartéis de drogas. Lula destacou que a ação representa risco de interferência na soberania dos países e reforçou que a responsabilidade de combater crimes é dos próprios países amazônicos.

Durante o discurso, Lula lembrou da inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, que deve ocorrer em 9 de setembro, em Manaus (AM). “É uma coisa muito importante para combater o garimpo ilegal, combater o narcotráfico, combater o contrabando de armas”, afirmou.

COP30

Lula também criticou a postura unilateral de Trump em questões globais, como a saída dos EUA do Acordo de Paris, e defendeu a necessidade de governança multilateral sobre clima e meio ambiente.

“Para ter governança mundial, você não pode acabar com o multilateralismo. Não pode tomar decisões sozinho, sem levar em conta a Organização Mundial do Comércio, a ONU e demais instâncias internacionais. É nesse clima que vamos chegar à COP 30”, disse, acrescentando que enviou convites a Trump e a outros presidentes para participar da conferência em Belém, em novembro.

Segundo o governo brasileiro, até o momento, apenas 47 dos 196 países previstos confirmaram presença na COP 30. A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou ao Brasil que subsidie parte das hospedagens, diante dos altos custos na cidade do Pará durante o evento. Lula reafirmou que o objetivo é mostrar a realidade da Amazônia, incluindo a situação das florestas, rios e comunidades locais.

Durante a COP 30, o Brasil lançará o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que visa financiar a conservação de florestas em países em desenvolvimento. “Estamos propondo um fundo para manter as florestas em pé. Quero ver qual país vai contribuir. Tem que manter a floresta em pé e os indígenas vivos”, afirmou.

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Edição 42

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