O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi às redes sociais se solidarizar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que tiveram os vistos norte-americanos revogados pelo governo dos Estados Unidos. A medida mira o ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e aliados na Corte.
Na publicação, Lula classifica a revogação dos vistos como “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento”.
O presidente brasileiro afirma, ainda, que “a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”.
“Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”, declarou o petista.
Veja a publicação:
Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos.
A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do…
— Lula (@LulaOficial) July 19, 2025
A fala de Lula ocorre horas após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciar a sanções direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, familiares e o que chamou de “seus aliados no STF”.
Ainda que não tenha especificado quem são os “aliados” de Moraes no STF, a expectativa é que a medida atinja, também, os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, segundo integrantes do próprio governo federal.
O representante do governo norte-americano afirma que os EUA “deixaram claro que seu governo responsabilizará os estrangeiros que forem responsáveis por censurar manifestações protegidas nos Estados Unidos”.
A decisão dos Estados Unidos de revogar o visto de Moraes ocorre em meio à escalada de tensão entre o Judiciário brasileiro e o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump. A medida é apresentada como resposta à suposta violação de direitos fundamentais e à alegada tentativa do ministro de interferir em liberdades protegidas em solo americano, como o bloqueio de redes sociais de bolsonaristas.
Nesta quinta-feira (18), a Polícia Federal deflagrou uma nova operação contra Bolsonaro, autorizada por Moraes, com base em supostos crimes contra a soberania e a integridade nacional. Segundo o ministro, o ex-presidente teria confessado, em entrevista coletiva, uma tentativa de “extorsão contra o Judiciário brasileiro” ao condicionar o fim da tarifa de 50% imposta pelos EUA à sua anistia no Brasil.