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Luiz Pizarro vê o mundo com um novo olhar

Luiz Pizarro decidiu fazer uma exposição “propositiva” para mostrar seu mais novo trabalho. O artista carioca, que se acostumou a apresentar a figura humana em suas obras, desta vez convida as pessoas a olhar o mundo por outro viés.

 

Em Metapaisagens, mostra que entrou em exibição esta semana no Paço Imperial, no centro do Rio, o artista tira as pessoas de seus quadros e expressa uma visão mais holística sobre os elementos.

 

A profusão de cores, uma característica de Pizarro, está lá. O que não se vê nas 18 telas em exposição é a figura humana – à exceção de uma, e ainda assim de forma bem discreta. No lugar do homem, Pizarro decidiu colocar o globo terrestre.

 

“Eu não trabalho a figura humana, que é uma coisa que trabalhei a vida inteira. Acho que hoje se fala nisso excessivamente; o antropocentrismo levou ao excesso do egocentrismo. Então decidi tirar a figura e deixar que os outros elementos tenham força”, conta.

 

Foto: Reprodução

 

Conhecido por integrar a Geração 80 da arte brasileira, Luiz Pizarro ressalta que a intenção da mostra é fazer as pessoas olharem para esse seu novo trabalho – cujas telas medindo entre 1,70m e 2,25m foram pintadas nos últimos dois anos – com diferentes vieses. “Eu vejo muita brasilidade nessa pintura, até uma certa conexão com o modernismo nessa coisa das plantas, das cores”, avalia. “Os cubos estão em várias perspectivas diferentes, como se tivessem olhares diferentes, que é como devemos olhar o mundo também, sob várias perspectivas.”

 

Ainda que esteja ausente nos traços, a figura humana tem papel fundamental na exposição de maneira interativa. Ao final da sala, Pizarro instalou seu Cubo Mágico, ou Cubo dos Desejos, como também é chamado. Trata-se de uma instalação em que o visitante é convidado a entrar para perpassar fios de lã de acordo com a quantidade de letras que formam o seu nome. Ao final, uma grande obra de arte interativa estará montada.

 

Além do cubo, os visitantes também serão convidados a pendurar três garrafinhas: numa delas será escrito o nome de alguém que se ame; na outra, de alguém em quem se confia; e, na terceira, um pensamento sobre o planeta. “A ideia da exposição é criar diálogos. Hoje em dia se fala muito em dialética, mas fala-se pouco em diálogo”, considera o artista.

 

Metapaisagens ficará em exibição até 28 de maio. De quinta a sábado, haverá visitas guiadas pelo artista e pelo educador Pedro Sampaio para grupos previamente cadastrados. Além de escolas e do público em geral, Luiz Pizarro pretende levar ao espaço pessoas em vulnerabilidade social e jovens moradores de abrigos.

 

Ao final, todos que forem à exposição poderão levar uma lembrança bem pessoal para suas casas. “Os visitantes podem tirar uma foto, do jeito que quiserem, e iremos imprimir – mas não como foto. Desenvolvi uma técnica com impressoras em que uso o acetato errado, em que ela imprime, mas não gruda (a tinta). Então a gente faz uma monotipia (com a foto) num papel de seda branco e cada um leva pra casa como recordação.”

 

*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Redação GPS

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