Liz Truss foi eleita, nesta segunda-feira (5), nova presidente do Partido Conservador e futura primeira-ministra do Reino Unido. Atual ministra dos Negócios Estrangeiros, ela assumirá o posto de primeira-ministra do Reino Unido nesta terça-feira (6), quando Boris Johnson apresentar sua demissão à rainha Elizabeth II, no castelo de Balmoral, na Escócia. Em seguida, Liz também deve reunir-se com a rainha para receber o cargo da monarca.
Para chegar ao poder, ela derrotou seu adversário, Rishi Sunak, na disputa interna do partido. O presidente do Conselho Nacional do Partido Conservador, Graham Brady, confirmou a vitória de Liz com 81.326 votos, contra 60.399 votos de Sunak. Aos 47 anos, será a terceira mulher primeira-ministra do país, após Margaret Thatcher e Theresa May.
Pela primeira vez, devido a problemas de saúde, a rainha Elizabeth não se deslocará a Londres para receber a nova primeira-ministra no palácio de Buckingham.
**Desafios**
Liz Truss ficará no comando do país até as eleições de 2024. Até lá, terá desafios marcantes. O primeiro deles é unificar o partido, dividido com os escândalos da gestão Boris Johnson. O Partido Conservador está no poder há 12 anos, mas teve os últimos dois primeiros-ministros, Theresa May e Johnson, derrubados pelos próprios correligionários.
Agora, a nova primeira-ministra encontrará um país com uma inflação de mais de dois dígitos, uma crise energética grave, com o inverno às portas do país, além de dificuldades econômicas causadas pelo Brexit, que forçou centenas de milhares de estrangeiros a sair do Reino Unido, deixando um vácuo de mão-de-obra difícil de ser suprido internamente.
As tarifas de energia, que serão reajustadas em até 80% a partir de outubro, se tornaram um inferno no cotidiano do país, principalmente para as famílias mais vulneráveis. Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, o preço da energia subiu e a chegada do frio já assusta uma grande parcela da população, que não sabe se terá condições de bancar o novo preço de aquecer suas casas.