No Brasil, pelo menos 10 milhões de mulheres vivem com lipedema, uma doença que não tem cura. A razão é o fato de estar associada aos hormônios femininos. Por outro lado, apesar de corresponderem a apenas 1% dos casos, os homens também podem apresentar a condição.
A patologia que é comumente confundida com obesidade geralmente afeta as pernas, os braços e as coxas, e causa o acúmulo anormal de gordura, gerando dor, inchaço, sensibilidade nas regiões afetadas, manchas roxas recorrentes, sensação de peso nas pernas e, em alguns indivíduos, pés constantemente frios.
“Em homens, o lipedema é ainda mais subdiagnosticado, pois a condição já é pouco conhecida e estudada no público feminino, onde é mais prevalente, então fica ainda mais difícil entender a doença no público masculino. Isso ocorre porque os sinais iniciais podem ser discretos, dificultando o diagnóstico precoce”, comenta o diretor do Instituto Lipedema Brasil, Fábio Kamamoto.
A causa exata do lipedema ainda não é completamente compreendida, porém, estudos apontam que fatores genéticos e hormonais desempenham um papel significativo no seu desenvolvimento.
O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos e na avaliação médica, onde o profissional irá realizar um exame físico detalhado, observando a distribuição de gordura nas pernas e braços, bem como a presença de nódulos e a sensibilidade do indivíduo.
Em homens, o tratamento do lipedema é semelhante ao utilizado em mulheres, como drenagem linfática, uso de meias de compressão e, em casos mais graves, cirurgia para remoção do excesso de gordura por meio de lipoaspiração. “A conscientização sobre essa condição é essencial para promover o diagnóstico precoce e garantir que não só as mulheres, mas que também os homens afetados recebam o cuidado adequado”, finaliza Kamamoto.
Apesar do fato de que os primeiros relatos sobre o lipedema são dos anos 1940, só em 2022 a patologia ganhou um código no Cadastro Internacional de Doenças.