O linfoma folicular é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos, e chama a atenção pelo seu comportamento discreto, porém persistente. Apesar de seu crescimento geralmente lento, apresenta uma forte relação com a idade avançada, sendo a maioria dos casos diagnosticados em pessoas acima de 50 anos, principalmente idosos.
No Brasil, a média de casos novos para a doença em 2022 foi de 6,31 a cada 100 mil homens e de 5,07 a cada 100 mil mulheres, de acordo com o Ministério da Saúde.
Sendo um tipo de linfoma não-Hodgkin — grupo de tumores malignos que afetam as células brancas do sangue, chamadas linfócitos — de baixo grau, o linfoma folicular pode aparecer nos gânglios linfáticos, na medula óssea e em outros órgãos.
Segundo o médico hematologista do Einstein Hospital Israelita, Guilherme Perini, as mutações nos linfócitos acontecem durante o processo de amadurecimento dos linfócitos, por isso o único fator de risco relacionado é a idade.
“Diferente de muitos cânceres, o linfoma folicular não tem relação com outros fatores de risco clássicos como tabagismo, consumo de álcool, obesidade e outros“, explica.
Com difícil detecção precoce, em alguns casos, pode causar sintomas como ínguas no pescoço, virilhas, axilas ou abdômen, fadiga, suor noturno e perda de peso sem motivo aparente.
Diagnóstico
Feito por meio de biópsia, de acordo com o especialista, no diagnóstico é necessário retirar uma parte do gânglio ou o gânglio inteiro para realização do exame anátomo patológico, responsável pela análise do material e identificação do linfoma.
Ele explica ainda que é comum se optar pelo método de vigilância ativa, ou seja não submeter o paciente a nenhuma terapia e para se observar a evolução do quadro.
“Vários estudos constataram que tratar o paciente precocemente não garante melhor sobrevida. Então, é possível esperar o paciente se tornar sintomático para começar a tratar”, ressalta o hematologista.
Embora seja uma doença crônica, progressiva e sem cura, diversos pacientes vivem por muitos anos com o linfoma. Com um cenário cada vez mais promissor, por causa das novas tecnologias, entre as opções de tratamentos estão os inibidores de EZH2, que atuam no desenvolvimento e progressão de células cancerígenas comuns no linfoma folicular.
“Os inibidores dessa proteína podem ser utilizados em pacientes que possuem a mutação e naqueles que não têm, mas possuem essa via ativada“, finaliza o médico.