A imposição de uma tarifa extra de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump, provocou fortes reações na política brasileira. Lideranças petistas associaram a decisão de Trump a movimentos coordenados por figuras da oposição no exterior, como Eduardo Bolsonaro. A oposição, por sua vez, celebrou inicialmente a medida, vendo nela uma forma de resposta internacional ao que classificam como excessos do STF e do governo Lula.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), classificou a medida do líder norte-americano como uma agressão à soberania nacional e anunciou que o Planalto avalia ações de retaliação. Uma reunião emergencial foi convocada no Palácio do Planalto para tratar do tema.
Já o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, sugeriu que a campanha internacional liderada por Eduardo Bolsonaro contribuiu diretamente para o tarifaço. Ele defendeu que o Itamaraty atue com firmeza e chegou a afirmar que o PT avalia formas de pedir a cassação do mandato de Eduardo, que está licenciado e vivendo nos Estados Unidos.
Para o governo, a suposta perseguição a Jair Bolsonaro e a censura a plataformas digitais por parte do STF, configura uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Brasil. O Planalto considera que a decisão americana viola princípios do direito internacional e representa uma retaliação política disfarçada de medida econômica.
A reação da oposição
Nas redes sociais e no plenário da Câmara, aliados de Bolsonaro como Hélio Lopes (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG) comemoraram a decisão de Trump. Nikolas foi um dos mais enfáticos ao afirmar que a responsabilidade pelas tarifas recai sobre Lula e o Supremo, devido à supressão de liberdades, inclusive de cidadãos e empresas americanas no Brasil.
Jair Bolsonaro também se manifestou, citando um versículo bíblico para criticar Lula: “Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme” (Provérbios 29:2).
Já Eduardo Bolsonaro, em nota publicada dos Estados Unidos, elogiou Trump e chamou a medida de “tarifa Moraes”, responsabilizando diretamente o ministro do STF Alexandre de Moraes e a política externa do atual governo pela retaliação americana. Ele alertou ainda que novas sanções podem ser adotadas caso não haja mudanças na legislação brasileira sobre liberdade de expressão e no tratamento dos envolvidos no 8 de janeiro.