Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi anunciado como o novo papa da Igreja Católica no início da tarde desta quinta-feira (8), no Vaticano. Primeiro cardeal norte-americano a ser eleito para ocupar o cargo, ele escolheu ser chamado pelo nome Leão XIV, o que estabelece uma ponte direta entre tradição e modernidade e traz à tona um legado que não era revisitado desde 1878, quando Gioacchino Pecci se tornou Leão XIII.
A decisão coloca Leão como o quarto nome mais utilizado entre pontífices na história da Igreja Católica e sinaliza a continuidade do legado de Leão XIII. Ele é reconhecido por sua atuação no campo social, especialmente pela encíclica Rerum Novarum, de 1891, que inaugurou a Doutrina Social da Igreja ao abordar os direitos dos trabalhadores, a justiça social e os desafios do mundo contemporâneo.

Papa Leão XIII
A escolha do nome papal é considerada uma mensagem sobre o estilo de pontificado que terá início. Ao relembrar um papa que buscou diálogo com o mundo moderno, porém que manteve a tradição, o novo líder da Igreja transmite um desejo de equilibrar firmeza doutrinária com sensibilidade às questões sociais e ambientais.
Nos tempos modernos, a maioria dos papas escolhe nomes ligados a figuras que marcaram positivamente a Igreja. Em 2005, por exemplo, o alemão Joseph Ratzinger virou Bento XVI, em homenagem a Bento XV, o “Papa da Paz”.
Quem foi o primeiro papa Leão?
Leão I, conhecido como Leão Magno, foi o 45º papa da Igreja Católica. Ele assumiu o papado em 440 e permaneceu no cargo por 21 anos. Um momento marcante foi em 452, quando enfrentou Átila, o líder dos hunos. O encontro ocorreu perto de Mântua, no rio Mincio, e a história conta que, após a conversa, Átila desistiu de invadir Roma.

Leão Magno
Três anos depois, Leão interveio novamente, desta vez contra os Vândalos liderados por Genserico. Graças à sua atuação, a cidade foi saqueada, mas não incendiada. Além de pacificador, o papa se destacou na defesa da doutrina: foi ele quem influenciou o Concílio de Calcedônia, que definiu a natureza humana e divina de Cristo e rejeitou a heresia de Eutiques.
Leão Magno também reforçou a primazia de Roma e escreveu cerca de cem sermões e 150 cartas. Além disso, incentivou ações de caridade em meio à crise e desigualdade na capital.