Há quem diga que Brasília é a cidade utópica de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo pseudónimo de Le Corbusier. O suíço é um dos pais da arquitetura moderna, e um dos principais responsáveis pela capital federal ser como é, já que foi ele quem mais inspirou o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer.
Planta livre, fachada livre, pilotis, terraço jardim e janelas em fita? Essas são as definições do Plano Piloto, mas mais do que isso, são as bases do urbanismo de Le Corbusier. O tipo de arquitetura moderna visava que os prédios fossem parte da composição de jardins verticais, onde o concreto e os jardins abertos e públicos se encontrassem em meio à vida urbana, mas bucólica.
O conceito Unité d’Habitation ou Unidade de Habitação que tanto se encontra no Plano Piloto, não está, no entanto, somente na capital do Brasil. Le Corbusier também desenhou projetos semelhantes em Marselha, na França, e em Berlim, na Alemanha.
Nas imagens abaixo aparecem prédios que poderiam ser em Brasília, mas, na realidade, são, respectivamente, em Berlim, na Alemanha, e em Marselha, França. O francês foi construído em 1947, quando JK ainda sonhava com a menina de seus olhos, enquanto que na Alemanha, o prédio foi erguido em 1958, ou seja, época da construção de Brasília. Todos seguem o conceito de Unité d’Habitation, de Le Corbusier. Na França, há ainda prédios semelhantes, outros três.
Mas quem foi Charles-Edouard Jeanneret-Gris?
Suíço e filho de uma família cristã-calvinista, nasceu em 1887 em La Chaux-de-Fonds, na Suíça. O primeiro projeto ocorreu ainda em 1905, na cidade natal, que também é conhecida por sua reputação no setor relojoeiro e da microtecnologia.
Após o projeto, Le Cobusier esteve na Itália, Alemanha e países do Oriente, como Budapeste, Belgrado, Bucareste. Ali se inspirou com os mais diferentes estilos de arquitetura e, então, formou o seu próprio conceito pensando em cidades futurísticas, onde os carros teriam papel fundamental nas cidades.
Os cinco pontos da arquitetura moderna de Le Corbusier, inclusive, tem grande influencia da viagem do suíço ao Oriente.
– Fachada livre
– Janelas em fita
– Pilotis
– Terraço jardim
– Planta livre
Le Cobursier também visitou a América do Sul. Passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires e Montevidéu. Entre setembro e dezembro de 1929.
Em Brasília nunca esteve. Morreu cinco anos após a inauguração da cidade. Ainda assim, pelas mãos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, deixou sua marca na queridinha de JK.