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La Dame de Fer: diretor-geral da Torre Eiffel compartilha desafios de gerir uma das maiores atrações do mundo

Em entrevista exclusiva ao GPS|Brasília, Patrick Ruivo Branco traz um olhar íntimo sobre a operação que encanta milhões desde sua inauguração

Talvez seja um tanto trivial afirmar que, na primeira vez em que vi a Torre Eiffel, o tempo pareceu parar. Mas, ouso dizer, existe bordão maior do que visitar o cartão-postal mais famoso do mundo? Clichê, sim, mas também lindo, emocionante e um verdadeiro sonho. Ao chegar em Paris, é impossível não perceber a Torre, que se insinua de longe, como um ímã irresistível.

Mas ao se aproximar é que ela realmente desafia a percepção. Seus 330 metros de ferro forjado parecem ganhar vida, dobrando, triplicando de tamanho, enquanto a mente luta para processar o impacto. Ao vivo, não há foto ou filme capaz de traduzir a emoção. É um momento em que o presente degusta o passado e o futuro – e você está ali, sozinho com ela.

Esse monumento, tão familiar pelas imagens, carrega uma aura de mistério quando enfrentado pessoalmente pela primeira vez. Patrick Branco Ruivo, diretor-geral da Torre Eiffel, entende bem esse encantamento. “Todos os dias vejo nos rostos das pessoas o mesmo fascínio. Alguns chegam a chorar. A emoção é tão intensa que se transforma em um sonho realizado“, diz ele. Seu escritório fica a apenas sete minutos da Torre, mas Patrick prefere estar presente para sentir de perto as necessidades da equipe e dos visitantes. 

La Dame de Fer: diretor-geral da Torre Eiffel compartilha desafios de gerir uma das maiores atrações do mundo

Diretor-geral da Torre Eiffel, Patrick Ruivo Branco | Foto: Maud Chazeau

Há seis anos à frente da gestão da Torre Eiffel, Patrick fala com brilho nos olhos sobre o que chama de “grande dama”. “Ela não pertence a ninguém, é de todos. Ela é um ícone que une o mundo“, destaca. E a conversa logo nos leva à recente emoção provocada pela performance de Celine Dion cantando Edith Piaf na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. “Fez o mundo inteiro chorar, não foi?”, ele lembra.

Sob sua liderança, a Torre Eiffel mantém sua essência de elegância e simplicidade, mas se reinventa constantemente. Mesmo com sua estrutura de aço rígida, a Torre Eiffel, de certa forma, é maleável – emocionalmente falando. Para Patrick, ela “é uma Grande Dama, símbolo de elegância e engenhosidade do final do século 19, mas, mais do que isso, ela é um sonho“. Com 135 anos de história, é um marco de superação e inovação desde sua construção, em 1889. 

Todos os dias, cerca de 20 mil pessoas visitam a Torre Eiffel, com mais de mil profissionais trabalhando em segurança, acolhimento, manutenção, restaurantes e lojas. “É uma verdadeira família que trabalha para oferecer uma experiência única a cada visitante“, diz Patrick. Ele complementa: “Liderar a Torre Eiffel exige dedicação, o que inclui noites e fins de semana. Mas, apesar da agenda lotada, encontro minha energia nos sorrisos dos visitantes e no trabalho da nossa equipe“. Mais do que um símbolo de Paris, a Torre Eiffel é um ícone de sonhos, unindo o mundo em sua beleza eterna.

La Dame de Fer: diretor-geral da Torre Eiffel compartilha desafios de gerir uma das maiores atrações do mundo

A Torre Eiffel é um monumento visitado por pessoas do mundo inteiro. Como é lidar com tanta diversidade?

Nosso desafio é nos adaptar a esse público diverso. Estamos sempre inovando. Por exemplo, lançamos recentemente bilhetes que incluem uma taça de champanhe no topo da Torre. Também temos o brunch de domingo no restaurante do primeiro andar, que tem sido um grande sucesso. Além disso, criamos uma loja online, onde é possível encontrar produtos franceses de alta qualidade. 

Como são as experiências imersivas?

Há pouco tempo, lançamos uma experiência imersiva no primeiro andar. Com óculos de realidade virtual, os visitantes podem ter a sensação de subir ao topo da Torre de maneira completamente diferente. Também levamos essa experiência para fora da França. Já esteve em cidades como São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, permitindo que pessoas que nunca visitaram a Torre possam vivê-la de uma forma inovadora.

Há também o passeio VIP. O que ele oferece?

É uma experiência exclusiva que começa na entrada da Torre Eiffel. Um guia conduz um grupo de até seis pessoas em um tour pela história de Paris e da própria Torre. Durante o passeio, os visitantes têm acesso às engrenagens hidráulicas originais, que são uma verdadeira obra de engenharia. Depois, o grupo sobe ao topo, onde pode brindar com champanhe ou suco, no caso de crianças. No retorno, é possível explorar a estrutura interna do primeiro andar. 

La Dame de Fer: diretor-geral da Torre Eiffel compartilha desafios de gerir uma das maiores atrações do mundo

Para você, o que a Torre Eiffel representa?

Ela é uma grande dama. Ela representa elegância, sobriedade e a engenhosidade científica do fim do século 19. Foi um enorme desafio construí-la em apenas 26 meses, sem os recursos tecnológicos que temos hoje. Todos os dias, vejo como ela continua a emocionar as pessoas. Há visitantes que choram de emoção ao vê-la pela primeira vez. É um sonho realizado para milhões.

Como ela se conecta com o mundo digital e outras culturas?

Trabalhamos muito no digital. Nossa loja online e nosso site levam a Torre Eiffel para quem não pode visitá-la fisicamente. Também buscamos criar conexões culturais. Recentemente, fui à Índia para discutir com produtores de Bollywood a possibilidade de usar a Torre como cenário de filmes. Essa é mais uma forma de divulgar o monumento globalmente.

Qual é o seu momento favorito da Grande Dama?

Quando ela brilha à noite. A cada hora, durante cinco minutos, as luzes cintilam, criando uma emoção indescritível. Mesmo depois de anos, ainda paro para admirá-la.

Por fim, o que a Torre Eiffel significa para você?

Ela é única. Representa Paris, a França e também o sonho de milhões de pessoas. É um símbolo de elegância, engenharia e da capacidade humana de realizar grandes feitos.

La Dame de Fer: diretor-geral da Torre Eiffel compartilha desafios de gerir uma das maiores atrações do mundo

*A reportagem está publicada na edição de dezembro da revista GPS|Brasília (confira aqui a versão digital).

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