Nesta quarta-feira (11), a Justiça Eleitoral de Goiás proferiu uma decisão que condenou o governador Ronaldo Caiado (União) por abuso de poder político e anulou o registro de Sandro Mabel (União), prefeito eleito do estado. Ambos foram declarados inelegíveis por um período de oito anos. A eleita vice-prefeita, Cláudia Lira (Avante), também foi condenada. A decisão foi emitida em primeira instância pela juíza Maria Umbelina Zorzetti e ainda pode ser contestada por meio de recurso.
Caiado é um dos nomes cotados do campo da direita para disputar a sucessão presidencial de 2026, inclusive ele próprio já se colocou como pré-candidato. A inelegibilidade do governador e de Mabel foi solicitada pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), com base em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela chapa de Fred Rodrigues (PL), candidato opositor à prefeitura de Goiânia.
A acusação envolve o uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo, em jantares e eventos de apoio à candidatura de Mabel logo após o primeiro turno das eleições municipais.
Decisão reversível
Embora a decisão tenha gerado repercussão no cenário político, segundo o analista político Ricardo Ribeiro, da LCA e MCM Consultores, as chances de reversão são altas, especialmente considerando a natureza das acusações.
“É uma decisão de primeira instância. Ainda cabe recurso ao TRE de Goiás e depois ao TSE. Pelo visto a acusação é de uso do palácio do governo para eventos da campanha do Sandro Mabel. Se for só isso, acho improvável que a inelegibilidade seja sustentada nas instâncias superiores. Pode levar uma multa, mas ficar inelegível acho difícil”, afirmou Ribeiro.
Ribeiro avaliou ainda o impacto político de uma possível manutenção da inelegibilidade. Mesmo colocando seu nome no tabuleiro da sucessão presidencial de 2026, Ribeiro avalia que o governador não é um nome competitivo para a empreitada. “Se ficar inelegível, é um presidenciável a menos no campo da direita. Mesmo assim, mudaria pouco o cenário para 2026. Caiado não parece ter condições de se tornar um candidato de fato competitivo em 2026.”
O caso segue para análise do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), com possível recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além da inelegibilidade, as penas incluem multas de R$ 60 mil para Caiado, R$ 40 mil para Mabel e R$ 5.320,50 para Cláudia Lira. A defesa dos acusados ainda não se manifestou sobre os próximos passos após a decisão. Enquanto isso, o processo segue para análise do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e pode chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
*Com informações do Estadão Conteúdo