Os dois assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Ronnie Lessa foi sentenciado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão. Já Élcio Queiroz recebeu 59 anos, 8 meses e 10 dias. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) havia pedido que a dupla fosse condenada a 84 anos de prisão. As duas condenações têm de ser cumpridas em regime fechado. A setença saiu no final da tarde desta quinta-feira (31).
Após uma quarta-feira (30) de depoimentos, a sessão desta quinta-feira foi dedicada aos debates entre defesa e acusação. Promotor do caso, Fábio Vieira disse que Lessa e Élcio são “sociopatas” e que não confessaram por arrependimento, mas por receberem benefícios legais. “Eles não têm sentimento ou empatia”, sustentou, afirmando ainda que a dupla foi treinada com dinheiro público – os dois eram policiais militares.
O advogado de Ronnie Lessa admitiu a condenação do seu cliente, mas pediu justiça na aplicação da pena. Para Saulo Carvalho, não caberia a qualificação de que os crimes foram cometidos por motivo torpe. Ana Paula Cordeiro, defensora de Élcio Queiroz, usou a tese de que seu cliente apenas dirigia o carro usado no crime.
Além dos dois ex-PMs condenados, os irmãos Domingos Brazão, Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão, deputado federal, são acusados pela dupla de serem os mandantes do atentado contra a vereadora. O Supremo Tribunal Federal (STF) cuida do caso dos dois. Eles negam envolvimento.
Também são alvo de investigação o delegado Rivaldo Barbosa, apontado como mentor do crime; o ex-policial militar Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, que teria ajudado a dar fim na arma que executou marielle e Anderson; e o major Ronald Paulo Alves Pereira, que monitorou a rotina da vereadora.