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Joel dos Santos, o produtor cultural que trará melhores shows para a capital

Em entrevista ao GPS, além de contar sua história com a produção em Brasília, ele detalha a agenda de shows para o próximo semestre

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A sócia-fundadora do GPS Paula Santana entrevistou, nesta semana, o produtor cultural Joel dos Santos, fundador da Lux Shows que há 15 anos traz apresentações robustas para a capital federal. Ele contou como foi a ascendência do entretenimento em Brasília e falou um pouco sobre a agenda para  próximos seis meses, que terá as apresentações de Lulu Santos, Grupo Corpo, Fábio Juníor e Ney Matogrosso. O bate papo foi publicado em nosso canal do YouTube

 

Confira abaixo os melhores momentos da entrevista:

Como iniciou sua carreira na cultura local?

Essa minha relação com artistas e a música começou lá atrás, na década de 90. Nessa época, já tinham alguns artistas e bandas fazendo tarde de autógrafos, lançamento de disco. Eu fiz parte dessa história musical de Brasília e da transição nesse segmento. No momento em que as gravadoras estavam perdendo força, eu pensei: vou direcionar meu trabalho para o show business, ver o artista no palco, que eu sei que isso mexe com as pessoas, emociona as pessoas. E até hoje eu tenho isso comigo, Tenho isso na veia.

 

Você ainda sente aquele friozinho na barriga antes de começar um show? 
Eu não sou o artista, mas sinto aquele friozinho na barriga, euforia, emoção. Antes do artista subir no palco é aquela tensão. Porque é isso, a gente trabalha com as emoções, né? Isso também mexe muito com a gente, não tem jeito. Nós somos seres humanos e o artista que é a estrela, então a gente é mero colaborador, mas a gente está ali para  somar e fazer funcionar, fazer dar certo.

 

Como é que são os bastidores de um grande show? Como é a correria na semana que antecede o show?
É muito emocionante. Eletrizante. A gente não consegue fazer nada sozinho. Tem muito colaborador, tem gente que toma conta da parte técnica, tem gente que toma conta da parte de RH, a parte funcional, operacional e o pessoal do transporte, o pessoal do hotel e se envolve muita gente. Mas o mais importante disso tudo é a gente estar cercado de gentes competentes, gentis, comprometidas. Então eu tenho esse privilégio de trabalhar com muita, mas muita gente boa.

O mercado cultural teve um boom em Brasília. Ao que se deve esse frenesi crescente de atividade cultura?
Brasília vinha num crescimento avassalador, mas a pandemia interrompeu isso. No entanto, a retomada foi avassaladora. As pessoas estavam frenéticas e sedentas para saírem de casa e ver os artistas. Com as lives, começo um certo frenesi, mas não é a mesma coisa, não é o mesmo contato com o artista, que é estar ao lado do palco vibrando com aquele cara que você é fã, cantando as músicas, cantando os hits. Esse contato não tem preço. Isso porque essa ligação, essa emoção que o artista transmite ali do palco. As pessoas estavam sedentas por isso. Então, aqui em Brasília, quando acabou a pandemia, as pessoas entenderam que precisavam sair, sair pro mercado, sair para turnês. 

 

A pandemia deixou todo mundo de calça curta. Apesar de vocês terem levado alegria e esperança para a nossa casa com as lives, vocês tiveram danos financeiros. Você acha que o setor já conseguiu se recuperar? 
Eu acho que o mercado voltou de uma forma tão forte que ele já se recuperou . Naquele momento, nós de Brasília fomos os primeiros a parar e foi tudo muito novo. A gente não sabia o que ia acontecer. E nós estávamos com show marcado. Mas acho que o mercado já se recuperou, os artistas já sabem, já está tudo a todo vapor.

 

Falando de Brasília, a música foi o grande impulsionador para colocar Brasília nesse eixo cultural nacional. Obviamente, a gente tem uma referência na arquitetura muito forte. Temos vários artistas visuais, plásticos e de artes dramáticas, mas a música é quem coloca o Brasília nesse eixo cultural. Você concorda com isso?

Concordo plenamente. Tivemos um período forte do nosso rock de Brasília. Brasília tem essa característica muito intensa. A gente tem visto o sucesso do rock nacional e não só isso. Brasília já exportou muita gente bacana para fora. 
 

Qual é o perfil do público brasiliense atualmente? Cada produtor  cultural tem se relaciona com um perfil de música ou de audiência diferentes ou não?

Sim, Brasília tem as suas tribos. A gente tem a meninada que curte o hip hop, que curte trap. A gente tem um movimento LGBTQIA+ muito forte. Tivemos o Romero Ferro aqui e vamos ter também agora um projeto que vem a Duda Beat, juntamente com Pabllo Vittar. Então assim, tem um segmento muito vasto. As pessoas mais velhas cresceram com o rock nacional e finalmente estão conseguindo sair de casa de novo para curtir esse segmento que formatou a cidade. O Nando Reis, por exemplo, tocou com o Titãs.

 

E quais são seus projetos para esse semestre? Eu sei que você está lotado de shows. 
A gente tem o show do Lulu no dia 19 de agosto, estamos na reta final. Mas já vou contando aqui que tem que comprar logo o ingresso, porque o Lulu não vai ter para quem quer, né? Em breve, teremos a apresentação do Grupo do Corpo, uma das das maiores companhias de danças do país. Ela não vêm a Brasília há mais de 12 anos e vem com um espetáculo sensacional, que é o Gira. Teremos Fábio Junior, que é um show de 40 anos de carreira. Fábio Júnior tem uma relação de amor com a cidade e ele lança nossa turnê em Brasília. Veremos o Ney Marogrosso em setembro em Brasília.  É um garoto no palco. É impressionante a vitalidade, a musicalidade e a performance dele no palco.  As pessoas vão ver um repertório fantástico, uma produção maravilhosa.

 

Quais shows que  marcaram a sua trajetória profissional? Aquele que que te deu ascendência no mercado, mas que também deixou uma marca importante para você? 
Foram tantas emoções, tantas experiências boas. Eu tenho uma delas, que foi o show que nós fizemos na Mercedes Souza, aqui em Brasília. As luzes já estavam apagadas, ela chegou de cadeira de rodas, entrou no palco, fez o show. Foram quase duas horas de show. O público veio abaixo com tanta emoção. Foi um show impressionante, surpreendente.