O caminho que leva um jovem costureiro ao reconhecimento do seu trabalho autoral vai muito **além do talento e da criatividade**. Quem faz parte ou conhece minimamente o setor, sabe que **dedicação e profissionalismo** são essenciais, assim como uma boa dose de **coragem para se arriscar**. E foi exatamente isso o que sempre fez o estilista **João Maraschin**, natural de Caxias do Sul (RS), e que agora tem sua própria grife em Londres, concorrendo como semifinalista do mais prestigioso concurso de moda do mundo atualmente, o **LVMH Prize**.

Mas antes de falarmos desse grandioso feito, vamos dar alguns passos para trás e assim entendermos direito de quem estamos falando. Após formar em moda na sua cidade natal, Maraschin imprimiu em seu currículo o cargo de **assistente de Ronaldo Fraga** por dois anos (e seis coleções); um **mestrado em design de moda na _London College of Fashion_**. Na terra do Rei Charles III, desde meados da década de 2010, trabalhou em marcas como *JW Anderson e Wales Bonner** que, por acaso (ou nem tanto assim) é uma das vencedoras deste mesmo prêmio que João está tão próximo de ganhar.


O jovem estilista vem conquistando seu espaço e chamando a atenção por conta do seu trabalho que exalta técnicas artesanais como **bordado, crochê e macramê** por meio de projetos sociais em todas as coleções. Detalhe, muitas de suas criações são feitas por artesãs brasileiras. A marca própria que nasceu em 2020 no Reino Unido já foi destaque em edições como Vogue Brasil, WWD e Vogue Itália. Agora está lançando uma **colaboração com a Alexander McQueen**, que estará disponível em lojas de todo o mundo, como a _Net-a-Porter_ e _Luisa Via Roma_.


Eliminando inicialmente 2400 candidatos (um recorde de inscrições no LVMH Prize), João Maraschin consegue um **feito inédito**, afinal, esta é a **primeira vez em dez edições, que um brasileiro consegue chegar até aqui na competição**. Entre os concorrentes, talentos oriundos de quinze países como Japão, França, Índia, Ucrânia, Reino Unido, Itália, Coréia do Sul e Jamaica, também estreante, trazendo Rachel Scott da grife Diotima de moda feminina.

**Delphine Arnault** (filha mais velha do bilionário Bernard Arnault – presidente e diretor executivo do grupo LVMH) comandante da Dior, organizadora e jurada acredita que esta edição do Prêmio LVMH promete ser excepcional.
>“Os 22 semifinalistas são todos movidos por uma visão muito inovadora e também mostram grande maturidade criativa. Muitos deles colocam a cultura e o artesanato de seu país natal no centro de sua abordagem de design. A responsabilidade ecológica também é uma aposta importante para eles, pois usam materiais inovadores ou reciclados e adotam um sistema de produção mais local e ético. A fluidez entre moda masculina e feminina não é sua marca registrada neste ano, já que nada menos que nove estilistas criam coleções genderless. Os valores de inclusão e diversidade apresentados na seleção também refletem a virada das indústrias da moda e do luxo”.

Vale destacar que o vencedor do _Prêmio LVMH para Jovens Designers de Moda_ vai embolsar um **prêmio de 300 mil euros**, além de uma **orientação de um ano** por uma equipe da própria LVMH (para quem não está lembrando, a holdin francesa de marcas de luxo que nasceu da fusão da Moët et Chandon, Hennessy, Louis Vuitton e reúne inúmeras subsidiárias como Christian Dior, Sephora, entre outras).
Finalmente, e o melhor da notícia toda é que **você que está lendo esta matéria também pode ajudar João Maraschin a conquistar o primeiro lugar**. Enquanto os jurados conhecem e avaliam presencialmente o trabalho de cada um dos 22 estilistas no showroom em Paris, o público pode fazer o mesmo, entre os dias 1 e 5 de março. Basta visitar e votar no seu candidato preferido pelo **[site oficial do prêmio](www.lvmhprize.com)** (clique com o botão direito e abra uma nova guia de navegação), e deste modo seu voto será somado e contribuirá para o resultado final. **Boa sorte João!**