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Jantar com a aclamada enóloga Filipa Pato

Para quem é apaixonado por vinhos como eu, algumas coisas viram sonho de consumo: provar vinhos raros, viajar para vinícolas e conhecer quem faz os rótulos que estão entre os melhores do mundo! Ter a chance de conhecer os enólogos é muito interessante e tive o privilégio de estar com ninguém menos que Filipa Pato durante um jantar na Maison C, promovido pela Porto a Porto, a importadora que traz os vinhos dela para o Brasil. Filipa passou por Brasília onde participou de um almoço e um jantar com jornalistas e empresários.

 

Eleita a enóloga do ano em 2020 pela Revista de Vinhos, publicação conceituada de Portugal, ela também foi destaque na publicação do principal crítico de vinhos do mundo, a Wine Advocate, de Robert Parker, e teve um vinho entre os 100 melhores do ano de 2021, na prestigiada Wine Spectator. Esta foi a primeira vez que um vinho da Bairrada recebeu 96 pontos de Robert Parker, o Nossa Calcário tinto safra 2015.

 

IMG_4876.jpgIMG_4797.jpgRodrigo Caetano e Filipa.jpgIMG_4800.jpg

 

E ela não para por aí! Seus rótulos já foram citados pelo crítico Eric Asimov, no New York Times; pelo diário espanhol La Vanguardia; pela Forbes internacional; e pelo The Irish Times, além de ter tido seu Nossa Solera Desde 2001 Extra Bruto, eleito o Vinho do Ano pela Revista de Vinhos.

 

Filipa tem um lema que resume bem a filosofia de seus rótulos: “vinhos autênticos e sem maquiagem”. Ela me contou que seus vinhedos têm uma proteção natural, toda feita com árvores, plantas, trepadeiras, que ajudar a impedir que pragas e insetos se aproximem. “Assim não preciso usar venenos, nem pesticidas. Acredito que com uvas saudáveis tudo se torna mais fácil na adega e não é preciso maquiar as uvas”, disse.

 

Waldir Camargo.jpgLia Dinorah e Filipa Pato.jpgIMG_4941.jpgIMG_4796.jpgIMG_4701.jpgIMG_4741.jpg

 

Filipa estagiou em grandes centros produtores do mundo, como França, Austrália e Argentina, e retornou a Portugal para se dedicar exclusivamente a cepas autóctones, como Baga, Bical, Maria Gomes, Arinto e Cercial. Junto com o marido, o premiado sommelier belga William Wouters, eles empregam práticas biodinâmicas, como uso de leveduras nativas e intervenção mínima no processo de vinificação, para criar rótulos que expressam toda a personalidade das uvas e do terroir de Bairrada, uma das principais regiões DOC de Portugal.

 

IMG_4549.jpgIMG_4554.jpgIMG_4560.jpgChef Babi Frazão.jpgFernando Brito, Waldir Camargo e Flavio Souza.jpg

 

Sustentabilidade

 

Desde 2014 os vinhedos são biodinâmicos e ela não usa herbicida desde 2009. O resultado tem sido excelente. “Usamos animais nas vinhas, como é o caso das ovelhas, que pomos lá entre novembro e fevereiro, quando ainda não há folhas nas videiras”, conta. “Elas comem a erva toda. E também servem para fertilizar naturalmente o solo. E, na primavera, na altura em que temos o ataque dos caracóis, levamos para lá as galinhas. Sou química de formação, mas evito usar os produtos químicos. Nas minhas vinhas e nos meus vinhos não há produto químico”, completa. Até as rolhas que vedam todos os vinhos da vinícola são de cortiça natural de floresta biológica.

 

Sempre com ideias vanguardistas e adepta a experimentações, Filipa Pato é também responsável pela evolução primorosa dos vinhos portugueses que aconteceu nas últimas décadas. Mas mirar o futuro não a impede de cuidar e preservar as tradições locais e as uvas nativas.

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