GPS Brasília comscore

Janeiro Roxo: como identificar e prevenir a hanseníase

Estigma associado à doença é um dos maiores desafios no combate

A hanseníase é uma doença crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Embora seja de baixa infectividade, ela ainda representa um grande desafio para a saúde pública, especialmente em comunidades endêmicas. Um dos motivos é por ser difícil de identificar, já que seus sintomas se desenvolvem de forma gradual.

As áreas adormecidas na pele, frequentemente acompanhadas por formigamentos nas mãos e pés, dores nos nervos e manchas cutâneas com alterações de sensibilidade (ao tato, calor e frio) são sinais que devem ser observados. Segundo o dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia, Marco Andrey, quanto maior o número de nervos acometidos, maior a perda de sensibilidade, o que aumenta o risco de ferimentos e complicações.

Mais comum de surgir na adolescência e se manifestar mais tarde, o médico explica que a tendência atual é o aparecimento da doença em adultos mais velhos. Essa mudança pode ser atribuída, em parte, à diminuição da experiência dos médicos em diagnosticar os primeiros sinais da doença. 

O tratamento da hanseníase é à base de antibióticos e alguns apresentas efeitos colaterais, como anemia devido à dapsona e pigmentação excessiva da pele devido à clofazimina. “Hoje existem novos esquemas com drogas mais eficazes quanto à melhora clínica dos pacientes, porém ainda não disponíveis no SUS”, diz Andrey.

No último boletim epidemiológico divulgado em 2024, entre 2013 e 2022 foram notificados 316.182 casos de hanseníase no País, sendo 55,6% em homens. 

Riscos 

Se não tratada adequadamente, a hanseníase pode levar a complicações graves, principalmente devido ao seu impacto nos nervos periféricos. A perda de sensibilidade nas áreas afetadas torna o paciente vulnerável a lesões, enquanto a perda de funções motoras pode resultar em incapacidades severas. “A doença leva a perdas motoras importantes que levam á incapacidade, perdendo a funcionalidade do membro ou órgãos da face”, ressalta.

O médico também enfatiza a importância do diagnóstico precoce e da capacitação dos profissionais de saúde. A Sociedade Brasileira de Hansenologia, por exemplo, tem investido na formação de médicos para melhorar o reconhecimento da doença em seus estágios iniciais. 

Preconceito

Um dos maiores desafios no combate à hanseníase é o estigma associado à doença. Segundo Andrey, o preconceito é alimentado pela falta de informação e pela visão errônea de que a doença é contagiosa de forma grave. A hanseníase é transmitida por meio da saliva, em contatos próximos e frequentes com pessoas que ainda não iniciaram tratamento e que estão em fases adiantadas da doença.

Para combater o preconceito é preciso disseminar informações de qualidade a respeito da doença. Por isso o Janeiro Roxo é o mês de conscientização sobre a doença. 

“O estigma da hanseníase somente terminará  quando conseguirmos diagnosticar e tratar mais precocemente, evitando assim as incapacidade definitiva”, completa.

QUER MAIS?

INSCREVA-SE PARA RECEBER AS NOTÍCIAS DO GPS BRASÍLIA!

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Veja também

Muito além das conhecidas regiões Toscana e Piemonte, Itália tem …

Deficiência de ferro, B12 e ácido fólico afeta o transporte …

GPS Brasília é um portal de notícias completo, com cobertura dos assuntos mais relevantes, reportagens especiais, entrevistas exclusivas e interação com a audiência e com uma atenção especial para os interesses de Brasília.

Edição 42

@2024 – Todos os direitos reservados.

Site por: Código 1 TI

GPS Brasília - Portal de Notícias do DF
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.