O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) pediu, nesta quarta-feira (14), o incremento da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação para conseguir que o País avance nestas áreas. A afirmação foi feita no painel “Como fortalecer o desenvolvimento econômico por meio de um sistema de proteção à inovação eficiente”, durante o Seminário Lide sobre Propriedade Intelectual, organizado em Brasília pelo Lide Nacional.
Presidindo a frente, ele destaca que já houve alguns avanços, como colocar a inovação na Constituição. Mas criticou os contingenciamentos no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “Além de receber poucos recursos, suas verbas, quando não eram contingenciadas, acabavam desviadas para o superávit primário ou liberadas apenas no último mês do ano, e nem conseguíamos lançar editais. Com isso, o dinheiro voltava ao Tesouro. Agora o FNDCT é lei e está no orçamento, sendo responsável por dar maior estrutura à área”, acrescentou.
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O senador Izalci Lucas também criticou as comissões do Congresso. “Hoje, elas são ideológicas e partidárias, uma confusão que não leva a lugar algum, com várias funcionando no mesmo horário. As frentes têm mais foco, pois são suprapartidárias e você sabe o objetivo delas. É difícil, por exemplo, passar matérias sobre agro sem o crivo da Frente Parlamentar do Agronegócio, que tem membros muito unidos. O mesmo ocorre com a Frente Parlamentar de Comercio e Serviço e com a de Logística, todas com organização muito grande”, exemplificou.
Com a experiência de ter sido, por duas vezes, secretário de Ciência e Tecnologia do DF, o senador criticou ainda o tratamento dado a áreas estratégicas. “Os norte-americanos têm, como seu principal ativo, há mais de um século, a propriedade intelectual. Quando decidi ir para Congresso tinha duas áreas centrais de atuação: a de educação e a de ciência e tecnologia. Isso porque, no Brasil, não se valoriza a produção intelectual e o mérito. Acabamos presos em uma burocracia terrível nestas áreas”, completou.
Outro ponto crítico, para o parlamentar é a popularização da ciência, da tecnologia e da inovação. “O óbvio, no Brasil, as pessoas não conhecem. Elas pensam que os produtos caem de paraquedas. Temos de trabalhar isso desde a educação infantil. Temos hoje uma educação básica sem laboratório de ciência e 78% dos nossos alunos estão fora do trabalho e da universidade. Por conta disso, as empresas não têm mão de obra qualificada”, criticou.