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Itamaraty responde ministro israelense que chamou Lula de “antissemita declarado”

MRE classificou fala do membro do governo de Tel Aviv como "ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis"

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) rebateu as acusações de antissemitismo atribuídas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo ministro da Defesa e ex-chanceler israelense, Israel Katz. O Itamaraty classificou as falas do integrante de Tel Avivi como “ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o presidente Lula”. 

Em nota, o governo sobe o tom contra o ex-chanceler israelense e cobra que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu “apure a verdade sobre o ataque contra o hospital Nasser, em Gaza”. A ofensiva israelense resultou na morte de 20 civis, entre palestinos, pacientes hospitalares e jornalistas. 

“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza, que provocou a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários”, diz o posicionamento. 

Ainda na manifestação, o Itamaraty afirma que as operações militares israelenses em Gaza já resultaram na morte de 62.744 palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças, e em uma “política de fome como arma de guerra imposta à população palestina”.

“Israel encontra-se sob investigação da Corte Internacional de Justiça por plausível violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. Como Ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, completa o MRE. 

Veja a publicação: 

Crise diplomática

Nesta terça-feira, Katz afirmou que Lula é um “apoiador do Hamas” e associou o presidente brasileiro ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Ele ainda chamou o petista de “antissemita declarado”. 

“Agora, ele [Lula] revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA –o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel– colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel. Como Ministro da Defesa de Israel, afirmo: saberemos nos defender contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados”, disse Katz.

No mesmo dia, o governo israelense decidiu retirar a indicação do diplomata Gali Dagan do posto de embaixador israelense no Brasil. O nome foi indicado em janeiro, mas o governo brasileiro ainda não deu sinalização sobre a disposição em autorizá-lo.

Israel e Brasil vivem uma crise diplomática em escalada desde o início da guerra entre Tel Aviv e o grupo terrorista do Hamas, em 7 de outubro. Em fevereiro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou Netanyahu e acabou declarado “persona non grata” em Israel.

Poucos meses depois, em maio, o governo brasileiro retirou seu embaixador e ainda não indicou um novo nome para o posto. Questionado, o Itamaraty não comentou a decisão israelense.

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Edição 42

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