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Israel avança sobre Rafah, mesmo sob advertência da comunidade internacional

Até o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, é contra um grande ataque militar a Rafah
O drama humanitário em Gaza pode piorar se Israel desfechar uma nova ofensiva na região
O drama humanitário em Gaza pode piorar se Israel desfechar uma nova ofensiva na região. Foto: Divulgação/UNRWA

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As forças israelenses seguem avançando na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste domingo (12), ao mesmo tempo em que lutam contra o Hamas em partes do norte, onde o grupo extremista se reagrupou nas últimas semanas. Cerca de 300 mil pessoas já fugiram de Rafah após ordens de evacuação de Israel, que afirma que o país deve invadir a região para desmantelar o Hamas e devolver dezenas de reféns feitos nos ataques de 7 de outubro.

Os alertas da comunidade internacional contra a ofensiva, contudo, continuam sendo feitos. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reiterou a oposição a um grande ataque militar a Rafah, dizendo que Israel “ficaria com as mãos numa insurgência duradoura” sem uma saída de Gaza e um plano de governo pós-guerra. Em suas palavras, Israel não tem “um plano crível” para proteger os civis de Rafah.

“E nós ainda não vimos isso, porque o que temos até agora são partes de Gaza que Israel havia recuperado do Hamas, mas onde o Hamas está conseguindo voltar, incluindo Khan Younis”, alertou Blinken.

Blinken defendeu a retenção do envio de cerca de 3,5 mil bombas a Israel, que poderiam ser usadas na operação militar. Ele reforçou, no entanto, que esse foi o único carregamento de armas que foi retido até o momento, mas que a situação pode mudar, caso Israel insista na operação militar em Rafah. “Se houver esta grande operação militar em Rafah, então há certos sistemas que não iremos apoiar e fornecer para essa operação”, disse Blinken.

A expansão da operação em Rafah também tem oposição do vizinho Egito, cujo ministério dos Negócios Estrangeiros disse que pretende juntar-se formalmente à ação da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, que alega que Israel comete genocídio em Gaza. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, vem conversdando com autoridades do Oriente Médio. No sábado, ele falou com o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Catar, sheik Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani. Os dois concordaram que “uma operação militar em grande escala em Rafah teria consequências catastróficas e deve ser evitada ”, segundo um relatório. relatório da conversa publicado pelo gabinete do porta-voz do secretário-geral.

“O secretário-geral expressou profundo apreço pelos contínuos esforços de mediação do Catar para mediar um acordo para um cessar-fogo urgente em Gaza e a libertação imediata dos reféns”, disse ele.

Guterres também discutiu a situação em Gaza neste domingo, na Cidade do Kuwait, com o emir do Kuwait, Xeque Meshal Al-Ahmad Al-Jaber. Em um comentário à imprensa, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse estar “profundamente angustiado com a rápida deterioração em Gaza, à medida que as forças israelitas intensificam os seus ataques aéreos”. Ele também expressou preocupação com relatos de lançamentos indiscriminados de foguetes vindos de Gaza.

“Uma ofensiva em grande escala contra Rafah não pode ocorrer”, disse o chefe dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Turk.

Bombardeio no Norte
Os palestinos relataram fortes bombardeios israelenses durante a última noite no campo de refugiados urbano de Jabaliya e em outras áreas no norte de Gaza. Moradores disseram que aviões de guerra e artilharia israelenses atacaram a área de Zeitoun, a leste da Cidade de Gaza, onde as tropas de Israel lutam contra militantes há mais de uma semana.

“Foi uma noite muito difícil”, disse Abdel-Kareem Radwan, um homem de 48 anos de Jabaliya. Ele disse que foi possível ouvir bombardeios intensos e constantes desde o meio-dia de sábado. Os socorristas da Defesa Civil Palestina disseram que não conseguiram responder aos vários pedidos de ajuda de ambas as áreas, bem como de Rafah. Fonte: Associated Press.

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