A presença da Inteligência Artificial (IA) tem se expandido rapidamente, e a gestão de negócios do ramo gastronômico não ficou à margem dessa tendência. Fabricius Vidal, CEO e contador consultor, especialista em gestão de negócios da Mega Contadores, ressalta a relevância da tecnologia na administração eficiente de restaurantes e estabelecimentos relacionados.
A tarefa de ser proprietário de um restaurante é frequentemente subestimada em termos de sua complexidade. Desde cálculos financeiros até a criação de um fluxo de caixa saudável, a administração de um empreendimento desse tipo é um verdadeiro quebra-cabeça.
Fabricius Vidal destaca que a gestão eficaz de um restaurante depende de uma análise detalhada desses números, incluindo construção, reformas, investimentos, impostos, custos de pratos e serviços, pagamento de funcionários, controle de estoque e outras responsabilidades.
“Só de ler, já deu para imaginar o tamanho do desafio, certo? Logo, a importância de estar atento a todos estes pontos é fundamental, melhor dizendo, é o pilar para os restaurantes obterem sucesso e rentabilidade a médio e longo prazo”, orienta.
O CEO ressalta a importância dos contadores consultores e, da mesma forma, de conselheiros financeiros, os quais desempenham um papel fundamental nesse cenário. Nos últimos anos, diz Vidal, a tecnologia tem revolucionado a atuação desses profissionais, especialmente por meio da aplicação de ferramentas como a Prime Cost e Controladoria para restaurantes.
“A Inteligência Artificial traz consigo a oportunidade de automatizar muitas tarefas, aumentar a eficiência operacional e fornecer informações valiosas como cálculo do Custo da Mercadoria Vendida (CMV) e Custo de Mão de Obra (CMO), onde, de forma correta, apresenta relatórios financeiros completos sobre como diluir o imposto e custos de maneira certa em cada item vendido, o prato que mais está tendo lucro, o menor, uma possível ação dentro da margem, além na ajuda em tomadas de decisões e um detalhado planejamento orçamentário, seja ele mensal, semestral e anual“, garante.
Segundo o consultor, o CMV, um dos pontos críticos na gestão financeira de restaurantes, é complexo devido à variedade de ingredientes, flutuações nos preços de mercado e variações nas receitas. A Inteligência Artificial, por sua vez, pode ser capaz de processar e analisar grandes volumes de dados em tempo real, melhorando a estimativa do CMV e ajudando a definir preços de venda adequados.
“Além disso, a IA também desempenha um papel fundamental na gestão dos custos de mão de obra (CMO). Através da análise de históricos de trabalho e fluxo de clientes, a tecnologia pode prever demandas sazonais e horários de pico, otimizando a alocação de pessoal e minimizando custos desnecessários com horas extras ou subutilização de funcionários“, acrescenta.
A incorporação da Inteligência Artificial na gestão financeira de negócios gastronômicos demonstra ser uma estratégia inteligente e eficaz para enfrentar os desafios complexos do setor. Desde a otimização de custos até o aprimoramento da lucratividade e da experiência do cliente, a IA se mostra como uma aliada imprescindível para garantir o sucesso sustentável desses empreendimentos.
“Ao monitorar os níveis de estoque em relação às vendas e previsões de demanda, a IA pode gerar alertas automáticos para reabastecimento, evitando a escassez de ingredientes essenciais e reduzindo o excesso de estoque. Isso resulta em uma gestão mais eficiente de recursos financeiros e redução de desperdícios“, reforça.
Segundo o especialista, a determinação da margem de lucro é um aspecto crucial para a sustentabilidade financeira de um negócio gastronômico.
“A inteligência artificial pode analisar os dados financeiros, considerando não apenas os custos diretos, mas também despesas operacionais para fornecer uma visão abrangente da lucratividade de cada prato ou produto, permitindo ajustes estratégicos para maximizar os retornos“, frisa.
