Integração entre segurança pública e privada é apontada como solução para violência em Brasília

Manifestação contra violência na Asa Norte | Foto: Caio Barbieri

As recentes manifestações de moradores das regiões da Asa Norte e Noroeste, em Brasília, levantaram discussões sobre a segurança na capital. Embora o Atlas da Violência de 2024 tenha classificado Brasília como uma das capitais mais seguras do Brasil, os moradores expressam uma percepção diferente, alertando para o aumento da violência.

De acordo com a especialista em segurança particular Glenda Negreiros, a solução para essa insegurança crescente passa por uma maior integração entre as forças de segurança pública e o setor privado. “A segurança privada, especialmente em condomínios e centros comerciais, desempenha um papel importante no combate à criminalidade, mas essa atuação pode ser muito mais eficaz com a colaboração das forças públicas”, explica.

Nos condomínios, onde muitos moradores buscam refúgio contra a violência, a utilização de tecnologia, como câmeras de alta resolução e sistemas inteligentes de controle de acesso, representa uma primeira barreira de proteção.

Glenda defende que a integração entre os sistemas de monitoramento privado e público, bem como a troca de informações em tempo real, pode ampliar a capacidade de vigilância e facilitar investigações, criando uma rede colaborativa de proteção. Para a especialista, a cooperação entre o setor privado e as forças públicas exige planejamento estratégico e ações conjuntas.

“As empresas de segurança privada têm um papel crucial na prevenção e monitoramento de incidentes, complementando a proteção fornecida pelas forças públicas”, afirma.

Ela também destaca a importância de análises de risco personalizadas para cada comunidade e treinamentos contínuos para as equipes de segurança.

Embora políticas públicas já existam para promover segurança e inclusão social, Glenda ressalta que ainda há espaço para um maior alinhamento entre os setores público e privado.

“Juntos, esses setores podem enfrentar as causas subjacentes da criminalidade, como a pobreza e a falta de oportunidades”, diz.

A especialista conclui que uma abordagem integrada, unindo tecnologia, planejamento estratégico, políticas públicas e colaboração entre os setores, é o caminho mais promissor para que Brasília se torne uma cidade verdadeiramente segura para todos os seus habitantes.

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