A abertura do conclave para a escolha do novo papa começou nesta quarta-feira (7) com uma missa solene celebrada na Basílica de São Pedro. A homilia, de tom institucional, reforçou o apelo à unidade da Igreja Católica diante de uma decisão considerada “de grande importância”. O cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício e responsável por conduzir a cerimônia, já havia presidido o funeral de Francisco.
Durante seu sermão, Battista Re afirmou que “o amor é a única força capaz de mudar o mundo”, ressaltando que a eleição papal ocorre em um contexto histórico “complexo e difícil”. A celebração, aberta ao público, contou com um forte esquema de segurança na Praça São Pedro, que incluiu o uso de armas antidrones e revistas rigorosas. Objetos como garrafas metálicas de água foram proibidos na entrada.
Encerrada a missa, teve início a procissão dos cardeais em direção à Capela Sistina, onde ocorrem as votações. À tarde, os eleitores assistem a uma catequese conduzida pelo cardeal Raniero Cantalamessa, seguida pelo juramento de manter sigilo absoluto sobre o processo. A partir daí, é realizada a primeira votação.
Como funciona o conclave
Para que um novo papa seja eleito, é necessário que ele receba ao menos dois terços dos votos dos 133 cardeais presentes, equivalente a 89 votos. O pontífice escolhido enfrentará desafios contemporâneos semelhantes aos do pontificado de Francisco, como os conflitos internacionais em Gaza e na Ucrânia, e a urgência da crise climática.
Os horários da fumaça, sinal tradicional do resultado das votações, já estão previstos. Nesta quarta-feira, a primeira deve ocorrer por volta das 14h (horário de Brasília). A partir de quinta-feira (8), as fumaças serão liberadas às 7h e 14h, sendo que, em caso de eleição, a fumaça branca pode sair às 5h30 ou 12h30, acompanhada pelo toque dos sinos.
A fumaça preta, que indica a ausência de consenso, é produzida com uma mistura de perclorato de potássio, antraceno e enxofre. Já a fumaça branca, sinal da escolha de um novo papa, inclui lactose e resina de clorofórmio.
Entre os principais nomes cotados estão Pietro Parolin (Itália), Luis Antonio Tagle (Filipinas), Jean-Marc Aveline (Argélia), Juan José Omella (Espanha), Matteo Zuppi (Itália) e Peter Turkson (Gana).