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Inglês confunde motorista de ônibus com astro Johnnie Ray e o persegue por 60 anos

Um homem que perseguiu um motorista de ônibus por quase 60 anos acreditando que ele era Johnnie Ray, um astro pop dos anos 1950, foi preso por três anos na Inglaterra. Kenneth Furnival, de 75 anos, bombardeou John Ray, de 78, com uma avalanche de cartas de amor e presentes indesejados ao longo de seis décadas, no que se acredita ser um dos mais longos casos de perseguição já registrados. As informações são do jornal The Telegraph.

De acordo com a reportagem, a obsessão de Furnival por sua vítima começou em 1964, quando Ray, então com 18 anos, verificou sua passagem de ônibus, segundo relatado no Tribunal de Chester Crown. Com 15 anos na época, ele enviava bilhetes multicoloridos a Ray, nos quais se referia a ele como Johnnie Ray, elogiando seu “cabelo loiro e olhos azuis” e pedindo fotos autografadas.

Ray ignorava ou queimava as cartas, mas Furnival começou a espioná-lo e a tirar fotos suas e de sua família secretamente enquanto eles saíam para passeios. O perseguidor chegou a enviar uma carta em que disse sentir ciúmes de vê-lo beijar a sua esposa, Jean, em um restaurante. Ele também lhe enviou CDs e DVDs de Johnnie Ray.

Segundo o The Telegraph, Ray e sua esposa não sabiam nada sobre Furnival ou sua aparência. Eles tentaram repetidamente denunciá-lo à polícia e entregaram grandes maços de cartas que ele escreveu, mas os policiais não tomaram nenhuma atitude, alegando que eram inofensivas. Em 1979, eles contrataram um advogado para mover uma ação civil contra o perseguidor, o que resultou na sua prisão por desrespeitar uma ordem judicial, mas Furnival se recusou a desistir de sua obsessão.

As perseguições afetaram a rotina da família, aponta o jornal. Os filhos do casal não podiam brincar fora de casa, pois eles tinham a aparência de Ray e os pais temiam que Furnival os atacasse também. Eles mudaram de casa e de sobrenome em uma tentativa de se livrar de Furnival, mas ele eventualmente os alcançava e as cartas e os presentes começavam novamente.

“Esse homem parecia saber de tudo. Ainda não sabíamos quem ele era, apenas seu nome, não quem ou o que ele era. Eu poderia ter passado o tempo do dia com ele sem saber. Meus filhos nunca ficavam fora da minha vista por muito mais tempo do que deveriam. Eles não conseguiam ir ao parque a menos que eu pudesse ir também. Eles tinham pouca liberdade para crescer. Tornou-se um modo de vida”, disse a esposa de John Ray.

Furnival foi finalmente preso no ano passado depois que a família Ray o capturou em uma câmera de segurança, quando ele foi entregar pessoalmente cartas e um pacote de CDs na porta da família devido a uma greve dos correios, relata o The Telegraph. Ele havia enviado a eles um cartão de Natal contendo uma carta que dizia: “Em 2023, vou queimar £ 100, em 2024, vou queimar £ 200, em 2025, vou queimar £ 300 e enfiá-los na sua caixa de correio até chegar a £ 1.000. O dinheiro não é bom para mim, a menos que eu possa comprar fotos suas, John Ray.”  E assinou como “Kenneth Furnival, o homem que sabia demais”.

Segundo o jornal, a polícia, temendo que um ataque incendiário fosse iminente, revistou a casa de Furnival e encontrou uma foto de Ray tirada secretamente há 35 anos na parede de seu quarto. Quando entrevistado, ele falou com carinho do cantor Johnnie Ray, conhecido por suas músicas “Cry” e “The Little White Cloud That Cried” e que morreu em 1990. O verdadeiro Johnnie Ray era natural da cidade de Dallas do Oregon, nos Estados Unidos, e morrera em 24 de fevereiro de 1990, em Los Angeles, na Califórnia. 

Mentalmente perturbado
Como atenuante, a advogada de Furnival, Sarah Badrawy, disse que seu cliente tinha um distúrbio de desenvolvimento mental e neurológico. “Ele é particularmente suscetível à pressão, facilmente influenciado e manipulado”, disse. Mas o juiz Michael Leeming disse a Furnival que ele havia abrigado uma paixão, uma obsessão, por mais de 50 anos pelo reclamante, o que mostra que a ofensa não foi um comportamento isolado de sua parte ou de forma alguma fora do personagem.

“Você enviava presentes indesejados, DVDs, CDs e cartas com extrema regularidade, indo até o endereço dele e seguindo-o sem ser visto. Houve comportamento semelhante que data de 1964. As cartas causaram extrema angústia a Ray, tanto a ele quanto à esposa. Esses crimes envolveram um alto grau de planejamento e persistência”, disse o juiz. Furnival foi alvo de uma ordem de restrição indefinida proibindo-o de contatar a família Ray. Eles se recusaram a comentar após a audiência.

 

Estadão Conteúdo

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