Em sua participação no Lide Brasília desta terça-feira (6), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) defendeu com veemência a aprovação do projeto de anistia aos investigados pelos atos do 8 de janeiro. Segundo ele, o País precisa “virar a página” e buscar reconciliação, assim como fez o ex-presidente Jucelino Kubitschek durante o processo de redemocratização.
“Sou radicalmente favorável à anistia. Dos homens mais sábios desse país, o ex-presidente JK sempre defendeu isso. Quando assumiu a Presidência, também teve uma conspiração contra ele, e a primeira atitude que ele teve foi anistiar todos e olhar para frente. Infelizmente, hoje não temos um Juscelino Kubitscheck na presidência. Temos Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.
Obstrução no Congresso
Atualmente, a União Progressista, federação formada por partidos de centro-direita, não faz oficialmente oposição ao governo, mas adotou obstrução tanto na Câmara quanto no Senado. A paralisação ocorre em protesto à demora na tramitação do projeto de anistia, que ainda não avançou nas duas casas legislativas.
A obstrução pode impactar a votação de projetos considerados prioritários, como o novo marco regulatório das parcerias público-privadas, relatado pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). O texto, de grande interesse para o empresariado, está pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados.
“São matérias prioritárias e vão com certeza estar na pauta tanto da União Progressista quanto do Congresso. Não tenho dúvidas”, garantiu o senador.
Reajuste dos servidores públicos
Outro tema urgente que preocupa os parlamentares é a medida provisória que trata do reajuste dos servidores públicos federais, que vence no próximo dia 2 de junho. A proposta ainda não foi analisada pelas comissões especiais nem pelo plenário da Câmara e do Senado.
Segundo Ciro, a federação está comprometida com o avanço da pauta. “A Câmara precisa fazer o seu dever de casa e o Senado também. É uma medida que já está em vigor, e precisamos garantir segurança jurídica e estabilidade para os servidores.”
O tom de Ciro Nogueira durante o evento foi de cobrança por mais articulação política e de crítica à falta de diálogo do atual governo. Sem poupar o presidente Lula, ele reforçou que o País precisa de líderes com capacidade de reconciliação.