Brasília recebeu nesta terça-feira (13) o seu 1º Congresso da Felicidade, no Museu Nacional. O evento, que visa discutir o tema para a criação de políticas públicas para promover o bem-estar como uma prioridade na vida dos brasilienses e transformar a cidade na capital da felicidade, começou pela manhã com uma programação especial. Aberto pela idealizadora, Cosete Ramos, o congresso trouxe o ex-ministro do Butão como primeiro palestrante do dia.
Emocionada, Cosete disse que felicidade é o sentimento coletivo de toda uma nação e ressaltou um dos objetivos do evento, que é a criação de uma secretaria da felicidade na capital. “Eu não sei o que é felicidade para Brasília, você não sabe, mas nós, juntos, vamos dizer ao governo o que é felicidade para nós e ele vai nos entregar o trajeto para essa construção“, disse.
A idealizadora também citou a importância da deputada Paula Belmonte (Cidadania) no processo de criação do evento e a homenageou com uma obra de arte.
O secretário de Estado de Governo do Distrito Federal, José Humberto Pires, representou o governador Ibanes Rocha no evento e também recebeu a homenagem. Ele disse que o congresso abre uma discussão importante na cidade. “Eu acho que esse congresso traz uma reflexão para a gente. O que pode ser feito nas com as crianças na educação para que elas desenvolvam o principio da felicidade, o que pode ser feito na segurança pública, o que pode ser feito na saúde, na área social, na cultura, no esporte. É muito importante essa reflexão“, destacou.
Para um auditório lotado, o ex-ministro da educação do Butão, Thakur S. Powdyel, contou como foi criado o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) no país e disse que, diferentemente, do índice que mede o Produto Interno Bruto (PIB), que é muito limitado, o FIB é baseado em fatores morais. Ele elencou os quatro pilares do índice: equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico, preservação ambiental, preservação cultural e promoção da boa governança. Sobre este último, ele disse que pode ser a causa da felicidade extrema.
“Boa governança se traduz no bem-estar do seu povo, protege a sociedade, o desenvolvimento da nação. Da mesma forma uma má governança pode causar muita infelicidade, por isso que a governança é um ato de fé, você deve isso ao seu povo, ao seu país, ao planeta, a humanidade e ao futuro dos seus filhos, para garantir a boa governança, porque o que fazemos hoje terá implicações no futuro“, explicou.
O GPS|Brasília conversou exclusivamente com o ex-ministro, que contou porque aceitou o convite para participar do evento.
“O Brasil foi um dos poucos países que de fato fez muito trabalho, criando condições para a felicidade das pessoas. Em 2005, o parlamento do Brasil fez uma pequena mudança para incorporar a busca pela felicidade como direito humano básico. Quando Brasília está se preparando para esse importante congresso dedicado à felicidade e me pediu para vir o mínimo que eu podia fazer é viajar e dar apoio a esse esforço“, revelou.
Ele também disse o que acredita que Brasília precisa para se tornar a capital da felicidade. “Acho que em primeiro lugar temos que priorizar a busca pela felicidade. Se a felicidade é o principal objetivo do Brasil, ela tem que ser endossada como tal, pode ser a sua estrela do norte. Tem tantas coisas que são importantes para a sociedade como a economia, a segurança, infraestrutura, mas estes são os aspectos externos. Nossa nação também tem um núcleo profundo, tem uma alma. Qual é a resposta do núcleo profundo da nação, da sociedade, do povo? Se decidir que a felicidade é importante, terá de endossá-la como um objetivo importante e fazer tudo o que puder para que o sistema formal o racionalize e o promova“, explicou Powdyel.
Para fechar a manhã, a psicóloga Sálua Omais, especialista em psicologia positiva, conduziu um debate sobre a ciência da felicidade. Um dos motes do evento, que reforça a importância de debater o assunto sob a ótica da ciência.
