Os incêndios florestais que destruíram mais de 30 milhões de hectares no Brasil ao longo do ano passado foram, em grande parte, provocados por ações criminosas. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), centenas de pessoas já foram responsabilizadas por esses crimes.
Em coletiva de imprensa, o diretor de Proteção Ambiental da autarquia, Jair Schmitt, informou que 242 indivíduos foram autuados até o momento, com multas e outras penalidades administrativas que somam mais de R$ 460 milhões. Ele acrescentou que outros casos ainda estão sob investigação.
No esforço de prevenção, o Ibama vem adotando medidas para monitorar e reduzir o risco de novos incêndios. Uma das estratégias consiste na identificação de propriedades com maior vulnerabilidade a focos de fogo. Essas áreas estão sendo alvo de notificações eletrônicas e por edital, exigindo que os proprietários adotem providências para evitar queimadas, além de deixá-los cientes da vigilância em curso por parte do órgão ambiental. A atuação preventiva visa coibir novos crimes e minimizar os danos ambientais.
“Foram dois anos seguidos de seca grave na Amazônia. Isso tem a ver com os efeitos das mudanças climáticas, o El Niño com o aquecimento do Atlântico Norte, seca na Amazônia, a floresta fica mais vulnerável, e aí os incêndios foram de magnitude muito maior”, explicou o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima.
Além dessas ações, o Ibama tem mantido e ampliado a presença de equipes de patrulhamento nas regiões mais afetadas. Esse reforço no monitoramento se mostra ainda mais importante diante do cenário de seca extrema que atingiu o país no último ano, especialmente na Região Norte. Dados do MapBiomas apontam que o número de queimadas em 2024 superou em 79% a área queimada no ano anterior, equivalente a uma extensão territorial do tamanho da Itália, o que evidencia a gravidade da situação.
Já nos primeiros meses de 2025, os números mostram uma tendência positiva na redução de queimadas. Entre janeiro e abril, houve queda de até 70% nos focos de calor na Amazônia e de mais de 90% no Pantanal, os biomas mais atingidos nos últimos anos. Apesar disso, o governo federal identificou, em abril, um aumento no desmatamento tanto na Amazônia quanto no Cerrado, o que gerou preocupação e reforçou a necessidade de medidas adicionais para garantir a continuidade da redução dos danos ambientais.
*Com informações da Agência Brasil