Juliana Eichler Que Brasília é a capital da arquitetura não é novidade para ninguém. A cidade é repleta de construções modernistas e inovadoras, muitas delas projetadas pelo consagrado arquiteto Oscar Niemeyer. Tanto é que a capital federal é considerada pela UNESCO, desde 1987, quando tinha apenas 27 anos, um Patrimônio Cultural da Humanidade.
Ponte JK, Congresso Nacional, Catedral Metropolitana e Torre de TV Digital são alguns dos monumentos que integram o rol de obras icônicas da cidade, que agora recebe mais um projeto: a Paróquia Sagrada Família, localizada no Park Way. Além de ser um espaço de fé, a igreja conta com uma arquitetura impressionante, que já acumula mais de dez prêmios, nomeações e destaques nacionais e internacionais.
O projeto da paróquia tem como referência as obras de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, responsáveis pelo planejamento de Brasília, bem como a própria capital federal, e pretende conectar três dimensões: natureza, espiritualidade e comunidade.
A edificação principal, denominada nave, possui um formato circular e uma grande claraboia que circunda todo o perímetro da cobertura, o que permite a entrada de luz natural. Além disso, uma segunda abertura possibilita o contato visual dos paroquianos com o exterior, enquadrando a paisagem e o horizonte.
“Esse projeto reflete a forte influência que Brasília, com seu chão livre, delimitado por uma marcante linha do horizonte e seu imenso céu, tem sobre nossa arquitetura”, conta o arquiteto Eder Alencar, que dividiu o projeto com André Velloso, ambos do escritório ARQBR, e com Luciana Saboia, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.
O espaço conta ainda com três outras edificações: o Pavilhão Comunitário (com áreas administrativas, biblioteca e salas de catequese), a Casa Paroquial e o Campanário.
Para o arquiteto André Velloso, “projetar a paróquia foi uma chance de criar um espaço que vai além de acolher a comunidade. Receber um prêmio mundial por essa obra é uma honra enorme, pois valoriza a importância de integrar arquitetura e fé, respeitando a identidade e o propósito do local”.
Apesar de contemporânea, a Sagrada Família de Brasília respeita as tradições modernistas da cidade, o que a fez conquistar importante notoriedade mundial a partir de prêmios e nomeações em diversos países, como Itália, Estados Unidos e Equador. “Construir uma igreja que, além de simbolizar espacialmente a dimensão espiritual da fé, se relaciona com a paisagem do Cerrado e com a arquitetura da cidade, foi um grande privilégio”, afirma Alencar.
Confira os prêmios e destaques conquistados pela equipe do ARQBR Arquitetura e Urbanismo com a obra Paróquia Sagrada Família:
- MCHAP: Mies Crown Hall Americas Prize for Emerging Practice (2024) – Outstanding Project – Chicago, Estados Unidos
- Fondazione Frate Sole: VIII Premio Internazionale di Architettura Sacra (2024) – 2º lugar – Pavia, Itália
- Revista Projeto: 1º Prêmio Projeto de Arquitetura (2024) – 1 º lugar na categoria Outras Tipologias – São Paulo, Brasil
- Archdaily: Building of the Year (2024) – 1º lugar pelo voto do público na categoria Arquitetura Religiosa – Portal Internacional com sede em Santiago, Chile
- Architizer: A+Awards (2023) – 1º lugar pelo voto do público na categoria Cultural: Edifícios Religiosos e Memoriais – Portal Internacional com sede em Nova York, Estados Unidos
- Archello Awards (2023) – 1º lugar na categoria Edifícios Públicos: Edifícios Religiosos pelo voto do público – Portal Internacional com sede em Amsterdam, Países Baixos
- Archello Awards (2023) – 1º lugar na categoria Edifícios Públicos: Edifícios Religiosos pelo voto do júri – Portal Internacional com sede em Amsterdam, Países Baixos
- Colegio de Arquitectos del Equador: XXIII Bienal Panamericana de Arquitectura de Quito (2023) – finalista na categoria Equipamentos – Quito, Equador
- Instituto de Arquitetos do Brasil: Mostra Nova Arquitetura de Brasília – Prêmio Nauro Esteves (2015) – 3º lugar na categoria Projeto – Brasília, Brasil
