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IGP-M registra nova deflação e inflação anual fica abaixo dos 5%

Confiança cai nos setores de Comércio e Serviços, como mostra outro levantamento da FGV

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O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,56% em novembro. A queda de preços foi menos intensa que a observada no mês anterior (-0,97%). O dado foi divulgado nesta terça-feira (29), pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, o IGP-M acumula uma inflação de 4,98% no ano e de 5,9% nos 12 últimos meses. Em novembro de 2021, o IGP-M havia registrado inflação de 0,02% no mês e 17,89% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede o atacado, teve deflação de 0,94% em novembro deste ano, ante queda de preços de 1,44% em outubro. A inflação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, subiu de 0,5% em outubro para 0,64% em novembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) cresceu de 0,04% para 0,14% no período.

**Queda também no IPP**
Os preços dos produtos industrializados, na saída das fábricas, caíram 0,85% em outubro. A taxa é medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), que calcula a inflação dos produtos na saída das fábricas e que também foi divulgada nesta terça-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, a deflação havia sido ainda mais intensa, de -1,89%. Com o resultado, o IPP acumula taxas de inflação de 5,04% no ano e de 6,50% em 12 meses.

Das 24 atividades industriais pesquisadas, metade apresentou deflação e a outra metade inflação, no mês de outubro deste ano. Entre os ramos da indústria com taxas de deflação mais significativas estão outros produtos químicos (-4,58%), indústrias extrativas (-3,44%), refino de petróleo e biocombustíveis (-1,40%) e alimentos (-0,41%). Entre as 12 atividades industriais com inflação, a principal influência veio dos veículos, com alta de preços de 0,38%.

Analisando-se as quatro grandes categorias econômicas da indústria, a deflação foi puxada pelos bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo, cujos preços recuaram 1,66% no mês. As outras três grandes categorias econômicas tiveram inflação: bens de capital (máquinas e equipamentos usados no setor produtivo), de 0,78%; bens de consumo duráveis, de 0,39%; e bens de consumo semi e não duráveis, de 0,15%.

**Confiança cai nos setores de Comércio e de Serviços**
Os índices de Confiança do Comércio (Icom) e de Serviços (ICS) apresentaram queda em novembro, na comparação com outubro. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Icom recuou 10,8 pontos e chegou a 87,2 pontos, em uma escala de 0 a 200, o menor patamar desde abril (85,9 pontos).

A queda da confiança atingiu empresários dos seis segmentos do comércio pesquisados pela FGV. O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, perdeu 12,6 pontos e caiu para 89,7 pontos. O Índice de Expectativas, que mede a percepção sobre o futuro, recuou 8,6 pontos e atingiu 85,2.

O ICS teve queda mais moderada que o Icom na passagem de outubro para novembro: -5,4 pontos. Com o resultado, o ICS chegou a 93,7 pontos, o menor nível desde março (92,2 pontos). A queda foi influenciada pela piora das avaliações das empresas sobre a situação corrente e, principalmente, das expectativas nos próximos meses. O Índice de Situação Atual caiu 3,1 pontos e foi para 96,9, enquanto o Índice de Expectativas cedeu 7,5 pontos, ficando em 90,7 pontos, menor nível desde abril de 2021 (88,7 pontos).

Segundo o economista da FGV Rodolgo Tobler, apesar do término do período eleitoral, fatores políticos passaram a ser muito citados como limitadores de melhoria dos negócios nos próximos meses, o que eleva a incerteza do cenário no curto prazo e um ambiente macroeconômico delicado em 2023. **(Agência Brasil/EBC)**