Considerada um dos maiores nomes da moda praia e resortwear do Brasil, a estilista Lenny Niemeyer celebrou na tarde desta quinta-feira (04) a inauguração de sua segunda loja na capital: além do Lago Sul, agora a designer também abrilhanta o seleto mix de lojas do Iguatemi Brasília.
“Há tempos eu desejava expandir no Centro-Oeste e ter uma operação de loja própria. Encontrar o ponto certo no Iguatemi fez toda a diferença na minha tomada de decisão“, conta a estilista, que além de possuir loja no Lago Sul, também está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Goiás.
A unidade do Iguatemi já conta em suas araras com as peças da mais recente coleção, ‘Essência’, que teve os afetos e memórias de toda a trajetória da designer como inspiração. Prints e estampas icônicas da marca como Itacaré, de 2005 e Monet, de 2015, ganharam uma revisitação sob o olhar cuidadoso e afetuoso de Lenny.
Kaftans, tricôs e acessórios também ganham destaque na nova coleção da estilista, que para celebrar o momento, recebeu um seleto grupo de convidados, amigos e clientes da marca para um soft-open da mais nova unidade. Lenny também bateu um papo com a equipe do GPS|Brasília, que você confere agora:
Em se tratando de beachwear, como a consumidora brasiliense, que não costuma ir à praia com tanta frequência, se difere das consumidoras de outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco, onde a sua marca já está presente?
Brasília lembra muito a minha consumidora paulista, sendo que nasci em Santos e comecei minha marca em São Paulo. Eu comecei a fazer biquinis porque nós adorávamos o corpo e o jeito de se vestir das cariocas, mas nós, paulistas, não conseguíamos: não tínhamos o corpo, a malhação e nem o estilo de vida urbano e com praia.
Eu cursei Arquitetura e Desenho Industrial, e associo muito Brasília a essa beleza arquitetônica. Sempre tive uma boa clientela e muitos amigos na cidade, e eu já tinha um desejo de abrir uma loja própria na capital. Abrir uma loja aqui no Iguatemi tinha tudo a ver com esse momento, e a marca já estava madura para darmos esse passo. Estou super feliz.
O verão aqui no Brasil já passou e começará em breve na Europa. Como a marca se prepara para essa temporada, já que muitas clientes gostam de curtir a estação fora do País?
Eu acho que as brasileiras sempre se preparam. Eu moro no Rio há mais de 40 anos, e sinto que em um determinado momento, as cariocas dão um basta em comprar beachewar, mas mesmo quando isso acontece, elas continuam querendo ir à praia e caminhar. Mesmo no inverno, a praia não se limita só à areia, e as pessoas querem almoçar fora, passear, fazer compras e ir a alguma festa. Mesmo que seja um lenço, um acessório, uma sandália ou roupa mais confortável, a gente sempre consegue atender essa cliente.
Dentro da moda praia, as marcas e as clientes prezam muito pelo caimento, pela maneira que o biquini trata o corpo, já que todas querem se sentir bem usando as peças… como essa preocupação se manifesta no design de suas criações?
Essa sempre foi uma preocupação muito grande. A gente quer que cada cliente possa vestir uma peça nossa e sentir que o corpo foi modelado da maneira que ela espera. Já trabalhamos com plus size e sempre faço tamanhos que atendam os mais variados tipos de corpo. Sempre gostei de trabalhar com formas, e a modelagem é de grande importância.
Sua coleção mais recente foi inspirada em afetos e memórias. Como se deu esse processo criativo?
Eu venho percebendo a rapidez do passar do tempo e, nisso, comecei a olhar para trás e reviver algumas estampas que passaram uma única vez nas minhas coleções ou desfiles, e senti a necessidade de buscar essas memórias, essa essência das estampas que trabalhei e que o público de hoje não teve acesso. Trabalhamos muito em equipe e sempre tentamos pensar da mesma maneira, eu não faço nada sozinha. Estampa bonita todo mundo tem que gostar.
Como você percebe a relação atual da moda dentro dessa realidade cada vez mais tecnológica, onde muito é pensado para gerar engajamento e viralizar nas redes?
Eu não me prendo a isso. Acho as redes sociais maravilhosas para divulgar o meu trabalho, que faço com amor, para durar e para a mulher se sentir bonita. Se eu sigo tendência ou correlaciono o que é preciso ser feito para gerar engajamento, vou acabar indo por um caminho que não quero.
Eu não sou muito ligada em tecnologia e acho que a internet ajudou muito e tornou mais produtivo o trabalho. Mas, ao mesmo tempo, é uma faca de dois gumes, onde as pessoas precisam tomar cuidado.
Há alguns anos, você declarou em entrevista uma vontade de ‘vestir casas de praia’ com uma linha própria de home decor. Essa ideia amadureceu com o passar do tempo?
Sempre tive essa vontade, e esse sonho tá cada vez mais perto. Sempre amei criar coisas de casa, e antes de trabalhar com Moda, mas eu não quero entrar sem ter conhecimento. Trabalhar com casa é preciso de uma logística diferenciada, preciso de espaço, estoque, mais pessoas trabalhando comigo… acho que ainda preciso amadurecer um pouco mais a marca antes de seguir por esse caminho. Enquanto isso, tenho feito parcerias que eu acho muito importantes, como a Portobello e a Mozak.