A partir do dia 5 de agosto, o Edifício Martinelli, considerado o primeiro arranha-céu da América Latina, volta a receber o público com visitas guiadas e gratuitas em São Paulo. A iniciativa faz parte do programa Vai de Roteiro, da Secretaria Municipal de Turismo, e integra o projeto M100, criado para celebrar os 100 anos do início da construção do edifício e dar nova vida a esse marco histórico da capital paulista.
Os passeios serão realizados sempre às terças-feiras, com seis horários disponíveis entre 12h30 e 17h30. Com duração de 45 minutos, os grupos – que devem ter até 25 pessoas – são conduzidos por guias especializados e percorrem áreas internas do prédio, até chegarem ao famoso terraço panorâmico, que oferece vista em 360° do centro da cidade.
As vagas são limitadas e precisam ser reservadas antecipadamente pelo Sympla. Os agendamentos estarão abertos no dia 31 de julho, enquanto os lotes serão liberados sempre às quintas-feiras, a partir das 12h.
Relembre a história do edifício
Inaugurado em 1929, o Edifício Martinelli foi idealizado pelo imigrante italiano Giuseppe Martinelli, que queria provar que era possível construir arranha-céus em solo brasileiro. Inicialmente planejado com 12 andares, o projeto foi sendo ampliado durante a construção até alcançar 30 andares e 105 metros de altura, o que o fez conquistar o título de maior prédio da América Latina até a década de 1940.
O Martinelli simbolizou o progresso da cidade de São Paulo e abrigou escritórios, lojas, residências e até um hotel de luxo. Em seus tempos de ouro, foi endereço de elite e palco de festas glamourosas. Mas, com o passar do tempo, especialmente a partir da década de 1960, o prédio sofreu com o abandono e a degradação do centro da cidade, chegando a ser ocupado irregularmente e quase demolido.
Em 1975, o edifício foi tombado pelo patrimônio histórico, o que salvou sua estrutura e deu início a um processo de recuperação. Atualmente, recebe festas noturnas e tem a reputação de ser um local mal-assombrado, visto que já foi cenário de assassinatos, exploração sexual e tráfico de drogas, e relatos de fantasmas e elevadores que funcionavam mesmo sem ativação durante a madrugada.