Ícone de Budapeste, Hotel Gellért passa por restauração histórica

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Com vista privilegiada para o rio Danúbio e um passado repleto de glórias, o Hotel Gellért, em Budapeste, está prestes a viver um novo capítulo de sua história centenária. Fechado desde 2019, o lendário edifício — considerado um dos maiores símbolos da arquitetura art nouveau húngara — passa por uma restauração que promete devolver o prestígio perdido ao longo das décadas. A reabertura está prevista para 2027, sob a bandeira da rede hoteleira Mandarin Oriental.

Inaugurado em 1918, o Gellért foi mais do que um hotel de luxo: se tornou um marco da alta sociedade europeia, recebendo figuras ilustres como o ex-presidente norte-americano Richard Nixon, o xá (título de nobreza de monarcas) do Irã Reza Pahlavi e astros de Hollywood como Elizabeth Taylor e Jane Fonda. Mas, após sobreviver a guerras, revoluções e ao desgaste do tempo, o edifício encerrou suas atividades, deixando para trás corredores vazios e um saguão tomado pelo pó.

Agora, o grupo de investimentos húngaro BDPST lidera um extenso projeto de restauração, iniciado em 2024 e guiado por rigorosos princípios de preservação patrimonial. A proposta é ambiciosa: restaurar o esplendor original de 1918, mas com infraestrutura e conforto alinhados ao século XXI.

Com sua fachada histórica intacta e um novo fôlego por dentro, o Gellért promete voltar a ser um símbolo não apenas de luxo, mas também de identidade cultural — pronto para receber o mundo, com elegância e respeito à sua rica história — reintegrando o Gellért à vida social da cidade.

Os trabalhos de restauro já revelaram detalhes. Camadas de tinta verde da era comunista escondiam padrões decorativos vermelhos originais. Um forro comum ocultava um teto artesonado que agora ressurge em sua imponência original. Com apoio do estúdio britânico Alexander Waterworth Interiors e do escritório húngaro Archikon Architects, espaços icônicos como o saguão, o Salão Danúbio e a Sala Gobelin estão sendo cuidadosamente recuperados com base em plantas e fotografias antigas.

A nova versão do hotel contará com 134 quartos, incluindo 34 suítes, além de um novo spa de alto padrão, experiências gastronômicas que unirão tradição e inovação e até um sky bar com vista panorâmica da cidade — uma adição moderna que pretende dialogar com o espírito visionário do hotel em seus tempos áureos.

O Gellért foi pioneiro em muitas inovações. Nos anos 1920, já oferecia telefone nos quartos, água termal encanada nos banheiros e até torneiras com água gaseificada. Com a restauração, essa ousadia ganha nova vida, agora voltada à sustentabilidade, durabilidade e experiências de hospitalidade de alto nível.

Mesmo com as Termas Gellért continuando sob administração municipal, o novo spa da Mandarin Oriental será um diferencial da reabertura, mantendo o DNA de bem-estar que sempre caracterizou o hotel.