A tensão em torno das tarifas anunciadas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros segue pressionando os mercados. Nesta segunda-feira (14), o Ibovespa fechou em queda de 0,65%, aos 135.298,99 pontos, após oscilar entre mínima de 134.839,69 e máxima de 136.186,67 pontos.
Com isso, a Bolsa brasileira acumulou sua sexta sessão consecutiva no vermelho, a sequência mais longa de perdas desde junho de 2024 e registrou o menor nível desde 9 de junho. No mês, o índice já recua 2,56%, embora ainda houve valorização de 12,48% em 2025.
A moeda americana acelerou os ganhos ao longo da tarde e encerrou o dia cotada a R$ 5,5842, em alta de 0,66%, o maior valor de fechamento desde 5 de junho.
No mês, a divisa acumula valorização de 2,76% frente ao real. Segundo operadores, a busca por proteção e posições defensivas no câmbio foi reforçada pela expectativa da resposta do governo brasileiro ao tarifaço anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, que prevê alíquota de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Ao final do dia, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o decreto de reciprocidade do Brasil já está pronto e será assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida deve ser publicada nesta terça-feira (15). Rumores de que o governo brasileiro poderia negociar com os EUA uma redução da alíquota de 50% para 30% foram negados por fontes oficiais.
Ainda assim, parte do mercado acredita que o nível final das tarifas possa ser menor, o que alimenta ajustes e realização de lucros no câmbio.
Além do impacto do tarifaço, os investidores também digeriram dados fracos da economia brasileira. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, mostrou retração de 0,74% em maio, frustrando expectativas. O Boletim Focus apontou queda na projeção de crescimento e alta nas estimativas de inflação, refletindo preocupações fiscais internas, especialmente em torno do IOF e da reforma tributária.