Henrique Neri O Ibovespa operou praticamente estável nesta terça-feira (9), em variação restrita de 680 pontos, e encerrou o pregão em leve baixa de 0,12%, aos 141.618,29 pontos, quase no piso do dia. O giro financeiro foi moderado, de R$ 18,5 bilhões. No mês, o índice acumula alta de 0,14%, enquanto no ano sobe 17,74%. Já o dólar avançou 0,35%, fechando a R$ 5,4363, em dia de liquidez reduzida.
No câmbio, o dólar oscilou entre mínima de R$ 5,4151 e máxima de R$ 5,4394. Apesar de subir em relação ao real, a moeda americana recuou levemente frente a pares latino-americanos, em dia de alta do petróleo e do minério de ferro no exterior. Para analistas, o receio de novas sanções ao Brasil pela administração Trump, em caso de condenação de Bolsonaro, manteve os investidores cautelosos.
O julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, concentrou as atenções do mercado. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus, destacando um “projeto autoritário de poder”. O ministro Flávio Dino acompanhou o voto, classificando o episódio como uma ameaça grave à democracia.
Durante a sessão, Dino ironizou as sanções impostas pelos Estados Unidos a ministros do STF, afirmando que não faz sentido imaginar que “um tuíte ou um cartão de crédito vá mudar o julgamento no Supremo”. O governo Trump havia anunciado, em julho, restrições a Moraes com base na Lei Magnitsky, acusando-o de violar a liberdade de expressão.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, subiu 0,35%, a 97,813 pontos, após revisão para baixo na geração de empregos nos EUA. Investidores aguardam os próximos dados de inflação para calibrar apostas sobre o início do ciclo de cortes de juros do Federal Reserve, com redução de ao menos 25 pontos-base amplamente precificada para setembro.
