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Ibaneis rebate Trump e diz que dados sobre violência em Brasília são “equivocados”

Em carta à Embaixada dos EUA, governador do DF apresenta números oficiais que contestam fala do republicano

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enviou uma carta à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, endereçada ao presidente norte-americano, Donald Trump, rebatendo a afirmação de que Brasília figura entre as capitais mais violentas do mundo. No documento, o emedebista apresenta dados oficiais que rebatem a informação divulgada pelo governo dos EUA. 

Na carta obtida pela coluna, Ibaneis afirma ser “necessário esclarecer, com base em dados oficiais, que tal percepção [sobre a violência em Brasília] não reflete a realidade da capital brasileira”.

“São informações equivocadas, possivelmente decorrentes da atual ausência de um diálogo mais consistente entre o Brasil e os Estados Unidos da América”, esclarece o governador. 

Em tom diplomático, o documento segue corrigindo a percepção negativa sobre Brasília e defendendo os resultados obtidos na segurança pública local.

“A condução da segurança pública no Distrito Federal se alinha, em sua essência, à visão de ‘lei e ordem’, reforçando que o combate firme ao crime, associado a políticas sociais de alcance real, é o caminho para uma sociedade segura e próspera”, argumenta o emedebista. 

Na ocasião, o titular do Palácio do Buriti apresenta o modelo de segurança adotado na capital federal, citando iniciativas como Plano de Ação para a População em Situação de Rua (pioneiro, anterior à lei nacional), com acolhimento, saúde, qualificação profissional, habitação e alimentação gratuita; e o Programa Segurança Integral, que integra diversos órgãos e envolve a comunidade por meio dos Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEGs) para soluções conjuntas.

A segurança pública da capital do Brasil tem por foco resultados concretos, livre de vieses ideológicos. O sucesso obtido decorre da autonomia de Brasília, garantida pela Constituição Federal do Brasil, e da determinação de proteger a população acima de interesses partidários“, completa o gestor na carta. 

Entenda

Nesta segunda-feira (11), o presidente dos EUA declarou estado de emergência em Washington D.C., anunciando a federalização do Departamento de Polícia Metropolitana e o envio de cerca de 800 soldados da Guarda Nacional para reforçar a segurança local. Ele justificou a medida como necessária para “liberar” a capital americana de gangues violentas e desordem urbana, apesar dos dados oficiais indicarem queda acentuada nos índices de criminalidade — incluindo uma redução de 26 a 35% nos crimes violentos — e a menor taxa de homicídios em décadas.

No discurso, Trump incluiu Brasília na lista de “capitais violentas”, também mencionando cidades como Bagdá, Cidade do Panamá, Bogotá e Cidade do México, alegando que Washington D.C. teria uma taxa de homicídios “dobrada ou triplicada” em comparação. Ele afirmou que Brasília registraria 13 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto os dados oficiais de 2024 apontam que a taxa real é de apenas 6,9 — número bem inferior aos cerca de 27 homicídios por 100 mil em Washington. 

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Edição 42

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