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Ibaneis Rocha: “O presidente Lula ainda não mostrou a que veio”

Em entrevista ao GPS, governador criticou a letargia da política econômica, afirmou que mantém boa relação com o STF e disse que é cedo para falar sobre sucessão ao Buriti

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Pouco mais de uma semana após ter sido autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a retornar ao comando do Governo do Distrito Federal (GDF), o governador Ibaneis Rocha (MDB) avaliou o atual cenário político do Brasil e de Brasília durante entrevista exclusiva ao Portal GPS

 

Na conversa, o chefe do Executivo reconheceu como válida a decisão do ministro Alexandre de Moraes e garantiu que mantém uma boa relação com todos os integrantes da Suprema Corte, inclusive com o responsável pelo inquérito que investiga os atos antidemocráticos.

 

Acho que a decisão, naquele momento, foi necessária para que fosse um recado para todos os governadores do País, no sentido de que o Supremo não iria admitir qualquer risco à Constituição e à democracia“, disse.

 

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA:

 

 

 

Política econômica

 

Ibaneis criticou a demora para a implantação de uma política econômica clara pelo governo federal e pontuou que a base aliada do presidente Lula no Congresso ainda requer reforço para que os planos do novo titular do Palácio do Planalto consigam ser efetivados. 

Por enquanto, o presidente Lula ainda não mostrou a que veio. Nós estamos com a economia patinando, não temos grandes projetos na mesa, então nós precisamos que o governo federal se alinhe, principalmente com as forças de liderança do Congresso Nacional“, disse.

 

O emedebista reconheceu que, caso pudesse voltar no tempo, teria tratado as invasões de 8 de janeiro, motivo do seu afastamento, com mais cuidado, já que reafirmou ter mantido “confiança” no então secretário de Segurança Anderson Torres, ainda preso após o episódio de vandalismo.

 

Era um evento que não estava na nossa previsão. Trabalhamos muito forte na posse do presidente Lula, tanto que ocorreu em paz com mais e 200 mil pessoas. Depois, esperávamos que houvesse uma desarticulação dos manifestantes do QG, o que de fato vinha ocorrendo. Mas, para a nossa surpresa, houve uma remobilização com a chegada de novos ônibus“, disse. 

 

Eleições

 

Embora tenha ficado 66 dias afastado do cargo para o qual foi eleito, o governador garantiu estar de volta com força total para tirar do papel o programa de governo aprovado em primeiro turno das eleições do ano passado. Contudo, sinalizou que “ainda é cedo” para tratar de sucessão ao Palácio do Buriti. 

 

A ponderação de Ibaneis tem um motivo: ele planeja reunir as forças políticas de diversos partidos da direita para que, a partir disso, um nome seja escolhido para garantir a permanência da atual ideologia no comando do Executivo distrital

 

Vou fazer um trabalho muito forte ao longo desses próximos anos para realinhar todas essas forças políticas. Eu falo de Izalci Lucas [senador, PSDB], eu falo do ex-senador Paulo Octávio [PSD], que foi vice-governador, um grande empresário da nossa cidade, a Celina Leão [vice-governadora do PP], o grupo do Republicanos, as lideranças do PL. Enfim, todo esse grupo que está mais alinhado com a direita na nossa cidade e que tem se demonstrado grande desenvolvimento. Agora, é consolidar essas lideranças e escolher o melhor candidato para minha sucessão“, finalizou.