O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, participou das negociações com deputados federais bolsonaristas que estavam acampados na Praça dos Três Poderes, próximo ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele e o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, tendo como interlocutor o advogado e desembargador aposentado Sebastião Coelho, conseguiram convencer Hélio Lopes (PL-RJ) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) a deixar o local.
Sandro Avelar mencionou o risco de um novo 8 de Janeiro para convencê-los a deixar a Praça dos Três Poderes. A ideia era que seguissem para a Praça das Bandeiras, na Esplanada dos Ministérios, pois o entorno do STF seria isolado na noite da sexta-feira (25). No entanto, determinação do ministro Alexandre de Moraes proibiu a instalação de acampamentos em um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e de quartéis das Forças Armadas.
Aconteceu aqui (o 8 de Janeiro). A gente não pode deixar acontecer aqui de novo. Ninguém aqui quer. Infelizmente, não tem cabimento (uma manifestação aqui)”, disse o secretário aos manifestantes.
A negociação foi feita com o desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido crítico do STF. Com uma esparadrapo na boca, Hélio Lopes tentou dialogar, mas foi intermediado por Coelho. Foi então que Sandro Avelar alegou que as coisas poderiam sair do controle, já que outros deputados planejavam vir a Brasília no fim de semana para fazer coro à manifestação.
Avelar apresentou vídeo publicado pelo deputado federal Zé Trovão (PL-SC), nas redes sociais, afirmando que iria embarcar para Brasília na madrugada do domingo (27), para justificar a decisão. “Domingo estarei chegando em Brasília e só saio da frente do STF quando Alexandre de Moraes for impeachmado (sic), quando o Brasil voltar a sua normalidade”, disse Trovão, no vídeo.
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A seguir, Sebastião Coelho argumentou que isolar a praça passaria uma imagem ruim. “Imagem pior vai ser chegar pessoas que não têm a atitude que vocês têm. Podem chegar pessoas infiltradas e a gente não quer isso. A gente não pode permitir que isso aconteça”, respondeu Avelar. Paralelo à atuação do secretário, o governador Ibaneis Rocha negociava uma saída ordeira. “Vamos tentar tirar pacificamente. Mas, se não saírem, infelizmente serão presos”, disse o governador ao jornal O Estado de S.Paulo.
Como a Praça dos Três Poderes é considerada área de segurança, os deputados retiraram, na madrugada deste sábado (26), as barracas montadas em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Lopes ainda publicou nas redes sociais uma carta aberta em que diz que o Brasil não é mais uma democracia.
Não estou aqui para provocar. Estou aqui para demonstrar a minha indignação com essas covardias. Não estou incentivando ninguém a fazer o mesmo”, disse.
(com Agência Estado)