Desde que o homem pisou na Lua, em 1969, a grande questão espacial passou a ser se o homem poderia viver fora da **Terra**. Agora, pouco mais de 50 anos depois, isso pode se tornar **realidade**. Em entrevista à BBC, Howard Hu, alto funcionário da **Nasa** e líder do programa aeroespacial Orion, disse que a _Missão Artemis_ prevê que astronautas passem a viver por longos períodos na Lua a partir dos próximos anos.
Segundo Hu, o lançamento do foguete Artemis I, na última quarta-feira, 16, foi um _”dia histórico para o voo espacial humano”_ porque representou um avanço em relação à criação de **hábitats lunares** – que a princípio servirão de base de apoio a missões científicas.
![(Foto: Unsplash)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/nasa_Yj1_M5ri_C_Kk4_unsplash_7ed760ff9b.jpg)
O foguete transportou a espaçonave Orion, que atualmente está a cerca de 134 mil quilômetros da Lua, junto a um “manequim” capaz de registrar os **impactos** da viagem no corpo humano. Se o voo for bem-sucedido e os registros mostrarem que a viagem é **segura** para o ser humano, o plano é ter humanos vivendo na Lua “nesta década”.
Na semana passada, o Estadão entrevistou uma cientista brasileira envolvida no projeto. _”Quando você tem humanos a bordo é muito perigoso estar no espaço por muito tempo, então, um foguete possante (como o Artemis I) pode reduzir o tempo necessário para chegar, digamos, a Marte ou a qualquer outro lugar. Estou esperando, agora, principalmente, a Artemis III, que vai levar humanos de volta à Lua”_, disse Rosaly Lopes.
O **objetivo** é que no terceiro foguete da Missão Artemis os astronautas pousem na Lua – o que não acontece desde a _Apollo 17_, em dezembro de 1972. À BBC, Hu disse que esse _”é o primeiro passo que estamos dando para a exploração do espaço profundo a longo prazo, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo”._
![(Foto: Unsplash)](https://gpslifetime.blob.core.windows.net/medias/landing-page/history_in_hd_e5e_D_Hbm_Hprg_unsplash_803434ad8c.jpg)
**Missão Artemis**
O foguete Artemis I, de 100 metros de altura, decolou do Centro Espacial Kennedy, no Cabo Canaveral da Ilha Merritt, nos Estados Unidos. Foi a terceira tentativa de **lançamento** e primeira a ser bem-sucedida – a Nasa tentou a decolagem em agosto e setembro, mas teve que abortar a missão ainda na **contagem regressiva** por conta de **problemas técnicos**.
Segundo Hu, a missão atual está indo bem, com todos os sistemas funcionando. Por isso, nesta segunda-feira, 21, a equipe deve fazer um segundo **disparo** dos motores da Orion, conhecidos como queima.
Um dos objetivos desse retorno do homem à Lua é descobrir se há água no polo sul do satélite. Se sim, será possível produzir **combustível** para naves que irão mais fundo no espaço, como as que vão até **Marte**.
>”Vamos enviar pessoas para a superfície (da Lua) e elas vão viver nessa superfície e fazer ciência. As missões Artemis nos permitem ter uma plataforma sustentável e um sistema de transporte que nos permite aprender a operar nesse ambiente de espaço profundo”, disse Hu à BBC. “Será realmente muito importante para nós aprendermos um pouco além da órbita da nossa Terra e depois dar um grande passo quando formos a Marte.”
**Desafio no retorno**
Um dos maiores desafios da missão Artemis I e motivo de **preocupação** dos cientistas é quanto ao **retorno** da cápsula Orion à Terra, o que deve acontecer em 11 de dezembro. A nave entrará novamente na **atmosfera** do planeta a 38.000 km/h – o que equivale a 32 vezes a velocidade do som. Além disso, o escudo em sua parte inferior será submetido a **temperaturas** próximas a 3.000°C, o que pode trazer risco à **segurança** do equipamento espacial.