Carolina Cardoso “Pode parecer maluquice, mas eu acho que a Hoy, Ahoy! Coffee é para onde a gente sempre se preparou para chegar”, inicia Luiz Corrêa, o dono da marca brasiliense de vestuário Hoy, Ahoy. Agora, a assinatura expande os seus horizontes e entra na gastronomia a fim de somar para a cidade como mais um centro de referência em café. Engana-se, porém, quem pensa que a Hoy, Ahoy! Coffee será só mais uma na cidade. Além da promessa de um atendimento diferenciado e um cardápio surpreendente, o barista que assinará as delícias da casa é nada mais, nada menos que Fabrício Lima, o dono do extinto Seu Patrício Querido Café.
“A cafeteria vai ser um ambiente integrador, onde você vai entrar e o barista logo, de cara, vai te saudar com um ‘oiiiiii, seja bem-vindo”. Pronto! Com isso você já vai se sentir em casa. A gente vai ter o melhor atendimento da cidade, pode anotar”, inicia. “Lá também será uma ambiente onde o cliente poderá ouvir uma música maneira, claro, em um volume agradável, e quando pedir o café, será surpreendido por uma bebida de altíssimo nível com a receita de um dos melhores baristas que essa cidade já viu”, completa.
A previsão é a de que o Hoy, Ahoy! Coffee seja oficialmente aberta no próximo sábado, 9 de dezembro. Mas o sonho é antigo. Desde 2020, Luiz já conta no storytelling da Hoy, comumente chamada pelos mais próximos, a história do café. Quem protagoniza a narrativa é o Peter, uma caveirinha bem simpática que trabalha no Hoy, Ahoy! Coffee a fim de juntar dinheiro para ir morar na praia e abrir a própria oficina de motos antigas.
No Instagram da marca de roupas, é possível encontrar no feed, a história do personagem. Para o público, uma caveira divertida e que estampa algumas camisetas da marca, mas para Luiz, o início do sonho de expansão da Hoy, Ahoy!.
“Tive a ideia de criar o Peter. Foi hiper natural, ele é a persona e o personagem da Hoy, basicamente um mix das melhores qualidades de todos os nossos clientes e das pessoas que frequentam o QG”, conta. “E qual a cafeteria que ele trabalha? A Hoy, Ahoy! Coffee. Isso desde 2020. Em 2022, um grande amigo meu, meu atual sócio, me convidou para restaurar um sonho dele, algo que ele nasceu para fazer. Queria, novamente, ter a própria cafeteria. Ele, que já teve uma cafeteria gigante em Brasilia, a Seu Patrício Cafés Especiais, decidiu voltar ao ramo”, conta.
Outro grande colaborador e um dos principais catalizadores para que o café se torna-se realidade foi o Bloco 244, empresa brasiliense de solução para financeiro, contabilidade, design de serviço e estratégia financeira. O CEO, Jason Paim, é um dos amigos mais antigos de Luiz e, inclusive, já foi sócio da Ahoy no início. Assim que Luiz entrou em contato com o amigo de infância, o sim foi certeiro.
Um ano depois, sonhando, planejando e orando, como relata Luiz, o sonho se realizou e bem ao lado do QG da Hoy, Ahoy!. A cafeteria fica na 107 Norte, bloco B. A fachada não é nada discreta, enquanto o QG (como Luiz chama a sua loja de roupas) é amarelo, o café terá laranja de fundo e o nome do novo empreendimento escrito em letras pretas, na fonte da marca. “Hoy, Ahoy! Coffee, sempre acordados” é o slogan perfeito para o jovem que, mais uma vez, se joga nas estradas do empreendedorismo, desta vez, em um terreno novíssimo, mas cheio de esperança.
“Eu não quero só plantar para futura geração colher isso, eu quero que a Hoy colha tudo que está plantando tem 10 anos”, afirma Luiz.
Um jovem empreendedor
A jornada de empreendedorismo de Luiz começou aos 24 anos. Com uma entrada de R$ 7 mil da mãe, passou a produzir kimonos, já que fazia parte de um projeto de luta com os amigos. A roupa era difícil de ser encontrada na cidade e, normalmente, quando comprada tinha um preço muito alto. Antes, Luiz vendia produtos variados que comprava em suas viagens no exterior. Como um empreendedor nato, então, viu a necessidade de mercado e decidiu investir.
A marca de roupas começou como Ahoy! Brasil. Algum tempo depois, ainda no ramo dos esportes, encaminhou-se por outro percurso. Luiz também passou a produzir camisetas, gostou do negócio e caminhou em direção a isso.
“Logo vi que o produto esportivo está 100% ligado a ídolos e atletas que competem, e eu tinha zero capacidade de investir em algo assim, por isso as camisetas e outros produtos paralelos ganharam mais força que os kimonos”, conta.
O empreendimento foi crescendo e, assim, a marca foi junto. De Ahoy, Brasil! tornou-se Hoy, Ahoy!, mas o próprio processo criativo do nome é legal.
“Quando comecei a marca, o símbolo era uma âncora que, até tenho tatuado. Depois, fui atrás de um nome que tivesse sentido com a âncora. Foi quando achei a expressão “ahoy”, que significa ‘oi’, uma saudação positiva quando um marinheiro encontra outro em alto mar: um fala “ahoy” e se estiver tudo bem, o outro responde “hoy”. Eu achei legal e fez muito sentido na época. O que fiz foi inverter para ficar fácil de falar “hoy, ahoy!” com vírgula para pausa dramática e a exclamação muito importante para lembrar que é uma saudação!”, explica a transição.
Luiz nunca teve o sonho de ser empreendedor, mas desde menino a criatividade aflorava em sua mente. Brinca que é quase muitas coisas, como “ex-futuro engenheiro agrônomo, ex-futuro gestor de agronegócios, ex-historiador e ex-formado em moda”. “Sempre tive dificuldade de achar algo que queria fazer e estar dentro do ambiente de faculdade não foi algo que facilitou meu lado criativo, me sentia preso. Então quando comecei a empreender e a Hoy começou a crescer, não pensei duas vezes e larguei tudo”, comenta.
“A Hoy foi uma escola de muitos anos. Agora, tenho certeza de que nasci para isso. Nasci para contar história de produtos, vender algo com uma base por trás”, finaliza.
O futuro da marca
O sonho, segundo ele, é de que a Hoy, Ahoy! não seja apenas uma marca de vestuário ou pare na cafeteria, o que Luiz deseja é que tudo se torne orgânico e a assinatura seja um universo criativo dentro do empreendedorismo. “Pode ir para qualquer área. Quem sabe uma barbearia para 2024 ou ir para São Paulo com um formato híbrido café/loja. Quem sabe, né?”.
Uma marca com propósito pode seguir qualquer rumo, desde que permaneça fiel aos seus valores e isso a Hoy sempre foi. A marca desde 2014 segue uma linha de qualidade alta e sua identidade visual é bem forte. “Acho que a principal dica que daria para mim mesmo, lá no começo, é a de me preparar bastante e confiar muito no meu gosto pessoal. Além disso, esperar menos das pessoas muito próximas e que meus clientes se tornariam meus melhores amigos”, confessa.
Sempre grato a seus fãs, percebe que a marca só chegou onde chegou graças ao público fiel, mas também o apoio da mãe, de alguns amigos antigos e outros mais recentes.
“A gente tem um propósito de mudar vidas e eu sozinho não daria conta, e a Hoy nos ajuda nisso. Esperem em 2024 outra ideia maluca que sairá direto do nosso livro de contos para o mundo real”, promete.
