O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (8) que o horário de verão pode voltar a ser adotado em 2024, caso se comprove uma “necessidade imprescindível” para assegurar o fornecimento de energia no país.
A decisão deve ser tomada até a próxima semana, já que a medida precisaria entrar em vigor ainda em novembro. Durante coletiva de imprensa, Silveira explicou que o governo está analisando os impactos da medida nos diversos setores produtivos.
“Se ele for uma necessidade imprescindível, ele será adotado, mesmo sabendo que divide opiniões no Brasil”, afirmou o ministro.
Ele ressaltou que as discussões estão em estágio avançado e que a decisão dependerá, entre outros fatores, do volume de chuvas esperado para o período.
A volta do horário de verão voltou a ser discutida em meio à seca que afeta o Brasil, deixando os reservatórios em situação crítica. O Ministério de Minas e Energia vê o risco de desabastecimento e a necessidade de acionar termelétricas, o que pode elevar o custo da energia.
No passado, o horário de verão ajudou a reduzir a demanda por eletricidade no horário de pico, por volta das 18h. Entretanto, especialistas questionam a sua eficácia atualmente, devido às mudanças nos padrões de consumo.
Silveira também destacou que a medida terá efeitos diferentes nos setores da economia. “Em alguns setores, o impacto pode ser positivo, em outros, nem tanto. Não podemos adotar uma política que afete a vida de todos os brasileiros sem uma real necessidade”, afirmou.
A decisão será anunciada antes do final de outubro, e o ministro destacou que, tecnicamente, o horário de verão teria mais impacto entre novembro e meados de dezembro.
O anúncio da medida ocorrerá antes do segundo turno das eleições, previsto para o final de outubro, para evitar interferências técnicas no sistema das urnas eletrônicas.