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Homem que deu 61 socos na namorada alega claustrofobia e autismo

A versão apresentada pelo ex-jogador de basquete não convenceu a delegada; saiba quem é o agressor

A delegada Especializada em Atendimento à Mulher de Natal, Victória Lisboa, informou  que o depoimento do ex-jogador da Liga Nacional de Basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, acusado de tentativa de feminicídio no elevador, não convenceu. As imagens chocantes dos 60 socos que desfirguraram o rosto da vítima circularam pela internet e chocaram o País.

Ele justificou essa ação de claustrofobia que, ‘querendo ou não, estava no elevador’, o que a meu ver não é nenhuma justificativa para o que foi feito. Ele ainda falou ser autista, e fora isso não deu mais nenhum outro detalhe”, disse a delegada.

O vídeo mostra que são ao menos 35 segundos do ex-namorado desferindo socos na vítima sem parar. Após o ataque, a vítima levanta com o rosto ensanguentado, a porta do elevador abre e ela sai cambaleando. O agressor ajeita o chinelo no pé e sai na sequência.

A Secretaria da Mulher do Rio Grande do Norte, Semjidh,  emitiu a seguinte nota por meio do Intagram:

As imagens chocantes de mais um caso brutal de violência contra a mulher nos lembram da urgência em enfrentar o machismo estrutural e a cultura da agressão que ainda colocam vidas em risco todos os dias. O Governo do RN, por meio da Semjidh e em articulação com as forças de segurança, está acompanhando o caso e reafirma com firmeza: violência contra a mulher é crime, não tem justificativa e não pode ser ignorada. Seguimos firmes no compromisso com a proteção integral das mulheres, a defesa dos direitos humanos e o enfrentamento à violência de gênero.

 

“surto claustrofóbico”

Em depoimento à polícia, o ex-jogador alegou ter sofrido um “surto claustrofóbico” no momento da violência. Ele explicou que sofre de claustrofobia e que a agressão foi desencadeada por um desentendimento com Juliana Garcia dos Santos.

O porteiro do prédio viu as imagens pela Câmera do elevador, e acionou a polícia. Igor foi detido e teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia no domingo. Ele deve ser indiciado e responderá por tentativa de feminicídio.

A mulher foi desfigurada foi parar na UTI do hospital Walfrido Gurgel, com ossos da face quebrados, e precisará fazer cirurgia para correção de múltiplas faturas causadas no maxilar e na face.

Quem é o agressor do elevador? 

O natalense Igor Eduardo Pereira Cabral  tem 29 anos e é estudante, ex-jogador de basquete e pai, além de ter um histórico de briga. O nome de Igor consta nos registros da Liga Nacional de Basquete. Em 2014, ele jogava em um time de basquete 3×3 no Rio de Janeiro que ganhou um torneio sub-18 e representou o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjing, na China. 

Igor foi federado e jogou por clubes do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, mas nunca foi convocado pela Seleção Brasileira em uma competição oficial, nem fez parte de qualquer projeto da Seleção Brasileira, segundo a Confederação Brasileira de Basquete.  Nas redes sociais, é possível encontrar registros de participação dele em competições amadoras.

Em depoimento na delegacia, após o crime, Igor alegou ter síndrome do espectro autista e claustrofobia. Questionado pela polícia, ele disse que nunca foi preso ou processado anteriormente. A polícia encontrou boletins de ocorrência em que o nome de Igor Cabral está envolvido em brigas com outras pessoas. Em um dos casos, houve troca de agressões físicas dele com amigos dentro de uma casa em Caicó, na região Seridó potiguar. Ele é estudante do curso de ciências contábeis.

Denúncias de violência contra a Mulher no DF

Para denunciar casos de violência contra a mulher no Distrito Federal, você pode entrar em contato com a Secretaria da Mulher por meio do telefone 197. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

A Polícia Civil do DF também oferece canais o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br e o WhatsApp (61) 98626-1197. 

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