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Higino França fala sobre como escolher a moldura para sua fotografia ou obra de arte

Muitas pessoas quando precisam emoldurar uma bela obra de arte ou uma fotografia que merece destaque em determinados ambientes ficam na dúvida sobre qual moldura é a ideal para valorizar sua obra. Para sanar essa dúvida, explicar como é a conservação feita com o uso de moldura e esclarecer sobre o design que deve compor a peça, o proprietário da renomada Casa da Moldura, Higino França, concedeu uma entrevista ao jornalista do GPS Brasília, Jorge Eduardo Antunes. O bate-papo aconteceu no lounge Epicentro GPS, na 31ª edição da CASACOR, evento voltado a arquitetura e decoração.

Reprodução GPS

Confira abaixo:

Qual é a importância de uma moldura para uma arte ou fotografia de arte? (GPS)
“Eu tenho uma frase que resume bem: a moldura é como a roupa para o quadro certo. Você pode ter uma moldura simples, como uma roupa simples para você ficar em casa. Uma roupa mediana para ir no supermercado, um traje elegante para ir ao restaurante ou chegar a uma solenidade como um casamento. A mesma coisa acontece com a moldura. E, apesar de ser tão importante, às vezes, vemos quadros sem moldura, o que tecnicamente é uma economia que não é correta na minha avaliação.” Higino França

Essa medida de economia na moldura, com o tempo, prejudica o próprio quadro?
“Temos uma variação de umidade forte em Brasília que contribui muito em desfavor da conservação do quadro quando não se colocar a moldura. Além disso, há outros elementos prejudiciais como a poeira, o vento, a luz. A moldura protege a peça contra todas essas adversidades. Muitas pessoas não entendem o fato de a moldura não ter nem vidro para fazer essa proteção perfeitamente. No entanto, o que elas não sabem é que existem propriedades na própria tinta para fazer a conservação. Um grande exemplo de que as molduras são importantes são os melhores museus do mundo, os quais prezam por excelência e reconhecem a arte. Por isso, nesses locais, mais de 90% das peças têm molduras.”

Como escolher a moldura ideal?
“A moldura não pode aparecer mais do que o quadro. Esse é o primeiro sintoma do erro durante a colocação ou não da moldura. Assim como na arquitetura, que tem todos os preceitos a serem seguidos, no ramo do emolduramento de quadros e obras, a gente também tem um rito a seguir. O principal deles é você gostar. Quem vai ficar olhando para o quadro é você. Então, lá na Casa da Moldura eu deixo isso bem claro para todos que pensam em iniciar uma compra. Depois, você coloca à disposição do cliente todas as informações que entendemos como corretas, entre elas, explicar que a moldura tem que cumprir o papel de realçar, e não o contrário. No entanto a decisão final é do cliente.”

É importante saber onde fazer uma moldura correta para o seu quadro. Qual conselho você daria para quem está comprando um quadro agora e quer valorizar o seu patrimônio?
“Muito bem, isso é uma pergunta complexa e difícil de se de responder sob o aspecto de agradar a todos. Decoração não é ciência e, muito menos, exata. Então, não existe como na matemática uma regra absolutamente retilínea. Existem diversos pensamentos e correntes sobre o assunto. Há pessoas que se influenciam por intermédio de revistas e pela própria mídia ao ver projetos famosos. No entanto, a tendência nada mais é do que o mercado interferindo no desenvolver da atividade. A prova é que sai ano e entra ano e você vê as muitas das mesmas molduras. Digo que a decoração tem que estar identificada com o seu eu, tem que falar do seu passado, da sua formação, da forma como você vê as coisas, como você se adequa a esse ambiente, e não uma coisa impositiva, porque isto é moderno, isto é a tendência. Para me atualizar sobre as tendências, estive recentemente visitando a Feira Mundial de Decoração, em Milão, e não podia deixar de dar uma passada em Paris e visitar o Museu de Louvre. Então, hoje a Casa da Moldura é uma referência nacional por absorver todas as novidades que surgem no mercado mundial com rapidez.”

Há alguns anos, quando erámos crianças, tudo era monocromático na decoração. Com as molduras também era assim?
“Moldura combinava com a mesa que era de mogno ou cerejeira, que combinava com o rodapé, que tinha a mesma tonalidade da porta. Então, quando você entrava, era aquela monotonia. Hoje você tem uma peça valorizando a outra. Não necessariamente, as duas precisam estarem intrinsecamente ligadas sobre a mesma forma, sobre o mesmo conceito, sobre o mesmo estilo. Então, isso para mim é a decoração, é trazer a satisfação, trazer a alegria. Para aquela pessoa naquele local. Para a pessoa que está adquirindo a obra, ela tem que comprar obra que ela se identifique, que ela sinta prazer em olhar.”

Essas dicas que o senhor está citando são muito preciosas, principalmente, porque nascem de 34 anos de experiência. Conte um pouco sobre a sua história. Você chegou a Brasília em 1974 e a Casa da Moldura nasceu. Como é que surgiu a ideia da Casa da Moldura em 1989?
“Meu cunhado tinha uma vidraçaria e, antigamente, o mercado de molduras era feito exclusivamente por vidraçarias que complementavam sua renda com esse segundo nicho. Então, eles não eram focados 100% na moldura. Eu e meu cunhado conversamos e só em Brasília não tinha uma loja especializada em molduras. Em 1988, ele se propôs a ir comigo conhecer o polo produtor de molduras do Brasil, que fica em Santa Catarina. Lá, se você rodar 50 quilômetros ao redor do braço do Norte, você vai encontrar 99,9% da produção de molduras do Brasil até hoje. Aproximadamente de 9 a 11% da moldura do mundo sai de lá. Nós exportamos muito. Então, virou um polo agregador não só de fabricantes de moldura, mas também fabricantes de máquinas, insumos e equipamentos voltados para esse setor. Então, em 1988, fomos os primeiros de Brasília a visitar uma fábrica de moldura. Fomos pegos de surpresa, porque a gente jamais imaginava que ia encontrar uma fábrica de moldura com 600 funcionários, 10 mil metros quadrados de área construída. Com isso, tomamos conhecimento das tendências do mercado, das novidades que estavam sendo colocadas não só em molduras, mas como nas máquinas que evoluíam a cada vez mais com um processo do corte retilíneo e uniforme para a conexão das pontas das molduras. Hoje, a Casa da Moldura ocupa um ligar de vanguarda até hoje no lançamento de produtos identificados com esse mundo que envolve o emoldurar de quadros e peças a serem de compor decoração.”

Quais são as principais evoluções desse processo de emoldurar?
“Hoje, a gente tem o vidro que filtra o raio solar ultravioleta, porque onde tem a luminosidade natural pode ocorrer um dano. Se você pegar um quadro com uma foto antiga emoldurada e você tirar a moldura, a borda da foto estará bem viva. A cor e o meio estarão claros ou danificados por causa da ação do raio ultravioleta em cima da peça. Então, hoje temos esse vidro que cumpre esse papel de proteção. Outra melhoria que trouxemos há alguns anos é o papel com PH neutro que previne contra colônias de fungos, evitando com que apareça no papel da foto aquelas manchinhas que parecem ferrugem.”

Vemos muito esse tipo de dano em fotos antigas. Explique melhor como funciona esse recurso.
“As colônias de fungos vinham do fundo do quadro, que antes eram de Duratex, Eucatex e pó de madeira prensado em alta pressão, tornando-se uma placa extremamente ácida. Hoje, a gente tem a placa de cerca de 5 cm, que nada mais é do que como se fosse um isopor com um papel rígido na frente, um papel rígido atrás, então vira aquela placa. Isso que a gente usa atualmente atrás dos quadros para que essa variação de umidade e da temperatura da parede, que tem ao longo do ano, não passe para a foto e para o papel da gravura. Também temos o passepartout, que normalmente é de alto relevo, para não deixa o vidro encostar no papel, fazendo com que a peça tenha um nível de respiro para ela não amarelar.”

 

 

Ailane Silva

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