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Hezbollah confirma morte do líder Hassan Nasrallah, no bombardeio feito por Israel

O Hezbollah confirmou, neste sábado (28), a morte do líder Hassan Nasrallah, no bombardeio feito pelas forças de segurança de Israel contra edifícios no sul de Beirute, desfechado na noite de sexta-feira (27).  Segundo o jornal The New York Times, pelo menos quatro prédios foram destruídos pelos ataques aéreos israelenses. Três deles foram destruídos, enquanto outro desabou, com os andares superiores parcialmente intactos. Todos eram edifícios residenciais.

Pelo menos seis pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Esse número provavelmente aumentará, porque muita gente ainda está presa sob os escombros. Reduto do Hezbollah, a região de Dahiya é formada por um grupo de bairros lotados ao sul de Beirute, também repleta de lojas, empresas e prédios residenciais.

Hasan Nasrallah liderava o Hezbollah, a milícia xiita apoiada pelo Irã com ampla influência política no Líbano. Ele se torna o mais recente e, de longe, o mais poderoso alvo a ser morto por Israel em semanas de lutas intensificadas contra o Hezbollah. O exército israelense disse que vários comandantes da milícia xiita libanesa foram mortos junto com Nasrallah no ataque aéreo de sexta-feira. Ali Karki, o comandante da Frente Sul do Hezbollah, também estaria entre os mortos de acordo com israelenses.

Nasrallah nasceu em Beirute em 1960. Estudou para se tornar um clérigo em seminários xiitas no Irã e no Iraque. Ele teria se juntado ao Hezbollah no início da década de 1980, após a invasão israelense do Líbano, em 1982. Tornou-se líder do grupo em 1992, após o assassinato de seu antecessor, Sayyad Abbas Musawi, pelas forças israelenses. Ele liderou o Hezbollah durante a segunda metade da ocupação israelense do Líbano, que durou formalmente 15 anos no final do século XX.

Antes da morte de Nasrallah, o líder sênior do Hamas, Saleh Arouri, que era hóspede do libanês, foi morto em uma explosão em um subúrbio de Beirute, na terça-feira (24). O Hezbollah responsabilizou Israel, que não reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Nasrallah havia alertado anteriormente que “qualquer assassinato em solo libanês que tenha como alvo um libanês, palestino, sírio, iraniano ou outros certamente terá uma forte reação”. A retaliação do Hezbollah poderia levar a um conflito regional mais amplo que, até agora, Israel, Irã e outros países têm evitado.

Nasrallah era uma das figuras políticas mais importantes do Líbano. Ele era conhecido por discursos longos e bombásticos. Seus seguidores o chamam de “The Sayyed” ou “Abu Hadi” – em árabe, pai de Hadi, seu filho que foi morto em confrontos com tropas israelenses em 1997. Um de seus momentos de maior triunfo foi durante a guerra de um mês que os militantes do Hezbollah e Israel travaram em 2006.  Três dias após o início do conflito, ele estava falando no ar com o canal Al-Manar do Hezbollah e disse que as surpresas que havia prometido estavam prestes a começar. Um navio de guerra israelense foi alvejado na ocasião. “Vejam-no queimar”, disse ele.

Walid Phares, comentarista político nascido no Líbano, disse ao Conselho de Relações Exteriores em 2010 que Nasrallah é visto por alguns no Líbano como uma “figura messiânica”. No entanto, o Hezbollah e seus aliados perderam a maioria nas eleições parlamentares do ano passado, mas ainda detêm a maior parte das cadeiras, em uma época de crise econômica e descontentamento generalizado.

Guerra permanente contra Israel
Um dos principais objetivos do Hezbollah, de acordo com seu manifesto de 1985, é a destruição de Israel. Sob o comando de Nasrallah, o Hezbollah continuou a se envolver em conflitos com Israel. Embora o Hamas seja sunita e o Hezbollah seja xiita, e os dois grupos militantes tenham discordado em outros conflitos na região, eles encontraram recentemente uma causa comum na oposição a Israel. Destruir Israel também é um objetivo declarado do Hamas.

Os dois grupos foram classificados como organizações terroristas pelos Estados Unidos. Ambos recebem apoio do Irã, segundo especialistas e autoridades. Desde o início do conflito, em 7 de outubro do ano passado, quando o Hamas atacou Israel, o Hezbollah e Israel trocaram tiros perto da fronteira entre Israel e Líbano. No entanto, não está claro até que ponto o Hezbollah se envolverá na guerra entre o Hamas e Israel, em meio a temores de uma escalada regional mais ampla.

Estadão Conteúdo

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