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Guido Mantega nega ser ministro: “Não serei, já fui e não pretendo ser mais”

Ex-ministro da Fazenda diz que participação na transição para o governo Lula é "superestimada" e que apenas ajudará nos trabalhos

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O **ex-ministro Guido Mantega** negou nesta sexta-feira, 11, a chance de ser ministro na nova gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ressaltando que já comandou as pastas da Fazenda e do Planejamento, Mantega disse à _**GloboNews**_ que sua participação e de outros ex-membros de gestões passadas no governo de transição não implica em cargo na Esplanada.

“_Esta questão da participação no grupo de transição está sendo superestimada. Grupo de transição é para ajudar novo governo a modificar estrutura do governo anterior_”, afirmou, complementando: “_As pessoas que estão lá não são um grupo ministerial. É claro que poderão ser escolhidas pessoas que estão lá. Eu, por exemplo, não serei ministro, já tô indicando. Já fui ministro da Fazenda, já fui ministro do Planejamento e não pretendo ser mais ministro. Eu saio desta vanguarda e fico na retaguarda ajudando com conselhos e tudo o mais._”

**Fora do teto**

O **senador eleito Wellington Dias (PT-PI)**, que lidera as discussões orçamentárias na equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 11, que ainda é considerada a **fixação de um prazo de quatro anos para o Bolsa Família ficar fora do teto de gastos** – a regra constitucional que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior. O PT quer retirar o programa social, hoje chamado de Auxílio Brasil, da âncora fiscal “_para sempre_”, mas há resistência de algumas lideranças do Congresso.

“_Um dos pontos que ainda precisa de entendimento é esse. Se é possível ter uma excepcionalidade que seja enquanto o Brasil tiver programa social como esse, relacionado a um Auxílio Brasil ou Bolsa Família, ou se tem uma fixação de um prazo de quatro anos. Então, sobre esse ponto, precisa de uma decisão, e ela será fruto de entendimento_”, declarou o ex-governador do Piauí, no Senado, após se reunir com o relator-geral do **Orçamento de 2023**, senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Na quinta-feira, 10, Castro afirmou que a equipe da transição trabalhava com a ideia de retirar todo o Bolsa Família do teto de gastos “_para sempre_” no texto da **Proposta de Emenda à Constituição (PEC)** negociada com o Congresso para viabilizar as promessas de campanha de Lula. O senador falou ontem após uma reunião na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da qual participou também o **vice-presidente eleito Geraldo Alckmin**, coordenador da transição.

A previsão inicial era de que o texto da PEC fosse apresentado até esta sexta-feira. No entanto, líderes partidários pediram mais tempo e fizeram sugestões de mudanças na proposta. Um dos pontos que ainda não está definido, de acordo com Dias, é justamente a duração da retirada do Bolsa Família do teto. O senador eleito também disse que **a equipe de transição trabalha com responsabilidade com as contas públicas, após uma forte reação do mercado** a declarações de Lula sobre a política fiscal.

“_Estamos fazendo também com muita responsabilidade com o controle das contas públicas. Ou seja, apenas o estritamente necessário e dentro de uma situação em que, por ter também recursos para investimentos, nós acreditamos que nesse formato nós vamos voltar a garantir condições de crescimento do País. E é com o crescimento do País, inclusive, que a gente melhora as contas públicas_”, disse Dias.