O Governo Federal pretende acelerar o atendimento na rede pública de saúde e ampliar a cobertura vacinal em todo o país. As medidas foram detalhadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (29), no Palácio do Planalto.
Entre os principais eixos da nova estratégia estão a busca por parcerias com hospitais privados e operadoras de planos de saúde, além do fortalecimento das campanhas de vacinação, especialmente nas escolas.
De acordo com Padilha, está sendo estruturado um novo modelo de gestão para o Sistema Único de Saúde (SUS), com foco em diminuir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias. A proposta prevê a utilização da capacidade ociosa de instituições da rede privada para atender pacientes da rede pública, especialmente em áreas sensíveis como o tratamento do câncer.
“O presidente Lula nos autorizou a iniciar, junto com a Casa Civil e outros ministérios, tratativas para impulsionar novas parcerias com hospitais e planos privados de saúde, que possam atender via SUS. Isso será essencial para garantir o cumprimento dos prazos legais de diagnóstico e início do tratamento, como no caso do câncer, onde o diagnóstico deve ocorrer em até 30 dias e o tratamento começar em até 60”, afirmou o ministro.
A articulação com a medicina suplementar é vista pelo governo como uma forma de enfrentar gargalos históricos da saúde pública e melhorar a eficiência do sistema. “Aproveitar a capacidade ociosa dos serviços privados é uma maneira estratégica de reduzir filas e ampliar o acesso a serviços de média e alta complexidade”, destacou Padilha.
Além do foco na gestão de atendimentos, o Ministério da Saúde comemorou o sucesso da campanha nacional de vacinação nas escolas, que alcançou a maior adesão da história do programa criado em 2007. Mais de 110 mil instituições de ensino participaram da mobilização, que imunizou crianças e adolescentes menores de 15 anos com vacinas contra HPV, meningite, tríplice viral, febre amarela e DTP.
“A cobertura da vacina do HPV já ultrapassou 80% entre meninas, e acreditamos que esse número aumentará ainda mais com a continuidade da campanha ao longo de maio”, disse o ministro.
Padilha também anunciou a retomada do “Dia D” de vacinação, uma estratégia nacional que havia sido descontinuada nos últimos anos. A nova edição será realizada no dia 10 de maio, véspera do Dia das Mães, com foco na imunização contra a gripe (influenza). “Vamos mobilizar o país para lembrar a importância da vacinação em massa. O Brasil vai voltar a ter grandes campanhas coordenadas, como sempre foi referência mundial”, destacou.