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Governo da Bolívia desmantela tentativa de golpe e prende militares

La Paz, a capital da Bolívia, viveu horas de nervosismo e tensão nesta quarta-feira (26), quando o general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército, tentou dar um golpe de estado e derrubar o presidente Luis Arce. Por mais de quatro horas, o país viveu momentos de tensão, mas, ao final, o levante militar fracassou. Além de Zúñiga, o ice-almirante Juan Arnez Salvador também foi preso.   

A movimentação golpista começou por volta das 9h em Challapata, em Oruro, quando instrutores especializados e armados foram transportados em seis vans para La Paz. Às 14h30, tanques e militares fecharam as entradas da Praça do Quilômetro 0, sob ordens de Zúñiga, o principal líder golpista, com o apoio dos então comandantes da Aeronáutica e da Marinha.

A partir dali, soldados encapuzados e armados, com tanques e blindados, cercaram a Plaza Murillo. Arce e seu gabinete permaneceram na Casa Grande del Pueblo, com a intenção de resistir ao golpe. A esta altura, militares já haviam estacionado veículos de combate em frente ao Palácio Quemado.

Enquanto o ministro do Governo, Eduardo del Castillo, o general Zúñiga, ao lado do vice-almirante Juan Arnez Salvador, anunciavam o golpe, classificado como uma “verdadeira democracia, não de poucos, não de alguns proprietários que já governam o país há 30 ou 40 anos”. O militar chegou a anunciar a “libertação de todos os presos políticos”.

“Não é possível que funcionários subalternos sejam presos por terem seguido uma ordem. Vamos libertar todos os presos políticos. Esse é o pedido das Forças Armadas e vamos cumpri-lo”, ameaçou.

Após um dos tanques derrubar a porta principal do Palácio Quemado, Zúñiga, Arnez e o então comandante da Força Aérea Boliviana Marcelo Zegarra, foram à Casa Grande del Pueblo enfrentar Arce, que confrontou o general e seu grupo. “Se vocês respeitam o comando militar, retirem todas essas forças agora mesmo. (…) É uma ordem”, determinou o presidente, sem sucesso. Em seguida, Arce avisou ao vice-presidente David Choquehuanca e aos ministros que enfrentava uma “tentativa de golpe de Estado”.

O aviso chegou à população. Centenas de pessoas cercaram as ruas ao redor da Casa Gran del Pueblo e acenderam fogueiras para reduzir o gás lacrimogêneo usado pelos militares na tentativa de dispersar os mobilizados. Todos gritavam palavras de ordem, como “Conspiradores golpistas!”.

Com a resistência, a mudança de chefias militares foi acelerada. Após as 17h30, José Sánchez Velásquez assumiu o comando do Exército; Gerardo Zabala Álvarez, da Aeronáutica; e Renán Guardia Ramírez, da Marinha. Logo, Sánchez determinou aos soldadios uniformizados que ocupavam a Praça Murillo que voltassem aos seus quartéis, sendo atendido.

Com o recuo, o presidente Luis Arce  foi à varanda do Palácio Quemado para agradecer aos cidadãos. “O povo mobilizado impediu esta tentativa de golpe. Obrigado, povo boliviano”, afirmou, antes de uma grande manifestação que, minutos depois, o colocou nos ombros. Zúñiga e Arnez foram presos e serão processados ​​pelos organismos judiciários civil e militar da Bolívia.

Quem é Zuñiga
General de alto escalão, Juan José Zuñiga foi levado sob custódia, com transmissão ao vivo na televisão boliviana, horas depois do fracassado golpe de estado. Antes de ser preso, o militar argumentou que foi Arce quem lhe ordenou que liderasse o movimento de soldados e tanques do Exército. Segundo Zúñiga, o presidente argumentou que “a situação está muito complicada” e que se justificava uma ação que o favorecesse.

Zuñiga foi comandante-geral do Exército da Bolívia entre novembro de 2022 e terça-feira (25). Ele perdeu o cargo por uma ameaça contra Evo Morales. O ex-chefe do Exército declarou para uma emissora local que prenderia Evo se o ex-presidente insistisse em se candidatar nas eleições de 2025, apesar de ter sido inabilitado pela justiça eleitoral.

“Legalmente, ele está inabilitado, esse senhor não pode voltar a ser presidente deste país”, afirmou o general. Na mesma entrevista, ele também declarou que as Forças Armadas da Bolívia são “o braço armado do povo, o braço armado da pátria”.

Todos os setores políticos criticaram Zúñiga, argumentando que os militares não deliberam. Como chefe do Estado-Maior do Exército, Zúñiga foi acusado por Evo de comandar um grupo militar que supostamente tinha um plano para matá-lo. “Hoje ele tem um doutorado em Inteligência (…), certamente ele sabe muito e sabe muitas coisas sobre Evo Morales e muitas coisas sobre o presidente Luis Arce e o Alto Comando Militar”, disse o jurista Omar Durán, em 2022, quando Zúñiga assumiu o comando do Exército.

Antes de assumir o cargo, o militar era chefe de gabinete. No passado, segundo a imprensa boliviana, foi acusado de corrupção com o desvio de pelo menos 2,7 milhões pesos bolivianos, destinados a iniciativas sociais. (com Estadão Conteúdo)

 

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